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Virada Cultural de 2018 volta às origens e ao centro

O secretário de Cultura André Sturm diz que trabalhou duro com sua equipe, desde outubro de 2017, para que 2018 tivesse “a virada da Virada”. Ele se desculpa pelo trocadilho, mas a intenção era essa mesmo, recuperar a credibilidade de um ano em que a maior festa do calendário municipal, o evento que passou a atrair turistas até de outros países, experimentou um esvaziamento e alguns fracassos estratégicos. Menos espraiada por bolsões que definitivamente não deram certo, como o Autódromo de Interlagos e o Anhembi, considerados fracassos de público pelas próprias autoridades, a Virada deste ano, que será realizada entre as 18h deste sábado, 19, e as 18h de domingo, 20, já aparenta estar com uma programação mais robusta.

Curioso que ela toma assim um caminho contrário ao discurso adotado pela produção do ano passado, quando a ideia era contar com shows menores de nomes menos conhecidos para que as grandes concentrações de público fossem naturalmente evitadas. Pelo potencial de aglomeração de alguns shows de nomes poderosos no pop nacional, a Virada volta a ter o tamanho de anos como 2014 ou 2015. Só se espera que os problemas, sobretudo a violência que tomou o centro em algumas ocasiões por meio de arrastões, não retornem junto.

Os cortejos, retificados pelo sucesso no carnaval de São Paulo, serão atrativos das massas mais compactas. A abertura ficará com Baby do Brasil mais Pitty e Tulipa Ruiz se concentrando às 17h de sábado e partindo às 18h da esquina da Rua da Consolação com a Sergipe e descendo em direção ao centro. Depois, no mesmo endereço, virão o trio Tarado Ni Você com o próprio Caetano Veloso às 20h; Olodum e Carlinhos Brown às 11h de domingo; e É O Tchan com Sheila Mello saindo às 16h. A sequência desse corredor carnavalesco será a ação mais musical populista em uma virada em muitos anos. Geralmente com programação mais sóbria, o evento privilegia atrações de cachês menores.

No palco da Rua Barão de Itapetininga com Avenida Ipiranga, o susto com a concentração de público pode ser tomado à 1h da manhã de domingo, com o pernambucano Otto, depois de um show bem dançante do Baile do Mestre Cupijó convida Felipe Cordeiro e Manoel Cordeiro. O horário do rush, a partir da meia-noite de sábado, pode começar com o show que Elza Soares vai fazer na Praça da República. Mais peso pesado sobe ao palco chamado História do Rock, em frente ao Edifício Copan, da Avenida Ipiranga. Os Paralamas do Sucesso tocam às 16h30 de domingo. No Vale do Anhangabaú, mais multidões estarão diante de um palco que vai ganhar dois nomes: no sábado, se chamará Chacrinha, com Rita Cadillac, Léo Jaime, Ritchie e Ultraje a Rigor. A partir das 12h de domingo, ele passa a ser o Parque da Alegria, com Rouge, Sidney Magal e Balão Mágico. Os anos 90 também ganharam um espaço no Largo do Arouche, com Lady Lu, Beto Barbosa, Deborah Blando, Fat Family, Double You, Fernanda Abreu e Gabriel O Pensador.

Há mais espaços temáticos para todos os gêneros, ou quase. O samba (com o Fundo de Quintal às 15h de domingo na São João com Ipiranga), a música instrumental (com João Donato às 16 de domingo na Conselheiro Crispiniano com Sete de Abril) e mais o reggae (Largo São Francisco), o rap (dois palcos, na Estação São Bento do Metrô) e a música eletrônica (com espaços para DJs espalhados pela programação).

Faz falta o choro, que não só perdeu a verba que havia recebido na gestão de Fernando Haddad para tocar o Clube do Choro com atrações aos sábado no Teatro Arthur Azevedo, na Mooca, como também é completamente ignorado de uma Virada Cultural.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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