Zé Barbeiro está eufórico. Pela primeira vez, sente “a felicidade de ser um artista”. Um dos violonistas mais importantes do choro de São Paulo, ao 57 anos ele está lançando o primeiro disco – ‘Segura A Bucha!’ – hoje, no Sesc Pompeia, em São Paulo. É o resultado do mergulho na música instrumental realizado no início dos anos 1970, quando largou o iê-iê-iê. Nascido em Alagoas e radicado ainda menino em Carapicuíba, uma cidade paulista, José Augusto Roberto da Silva conheceu o violão com a febre da Jovem Guarda.
Em 1971, num festival em Osasco, Zé Barbeiro recebeu um conselho do violonista 7 cordas João Macacão, que está lançando o CD ‘Serestando’. “Ele percebeu minha pegada rítmica boa para o choro e mandou seguir esse caminho.” Autodidata, Zé Barbeiro comprou todos os discos em que Horondino José da Silva – o Dino 7 Cordas – tocava. “O Dino me ensinou a importância da firmeza rítmica, a dar o pé no chão para o cantor ou o solista atuar”, diz. “Era dono de impressionante segurança no ritmo, as notas graves saíam todas precisas.” Além de aprender de ouvido, comprou livros que o ensinaram a ler partitura.
Arranjador do disco Divino Samba Meu, com o qual Dona Inah ganhou o prêmio TIM de Revelação em 2006, Zé Barbeiro diz que seu estilo é “bonachão”. “Adoro fazer presepada com o ritmo.” Só contém a vontade de brincar, quando percebe que o cantor ou solista é tradicional.
Resultado de premiação do Projeto Pixinguinha de 2008, ‘Segura A Bucha!’ reúne 14 dos mais de 110 choros compostos por Zé Barbeiro, responsável pelos arranjos. No CD, a única composição com parceiro – o violonista Alessandro Penezzi – é Bafo de Bode.
Zé Barbeiro. Sesc Pompeia. Teatro (358 lug.). Rua Clélia, 93. Tel. (011) 3871-7700. Hoje, 21 h. De R$ 3 a R$ 12.
