A estreia de Outlander em 2014 foi um marco, numa época em que a demanda por mais protagonistas femininas na televisão estava começando a pegar fogo. A série baseada nos livros de Diana Gabaldon, sobre Claire (Caitriona Balfe), uma enfermeira de guerra na década de 1940, que inexplicavelmente viaja no tempo para a Escócia do século 18, onde conhece Jamie Fraser (Sam Heughan), tem romance e muito sexo, mas sob o ponto de vista feminino.

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“Nenhum de nós tinha noção de quanto as mulheres de certa faixa etária estavam famintas por algum tipo de excitação”, disse Balfe, rindo, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, em Los Angeles, sobre a quarta temporada de Outlander, que está disponível no app da FOX e no canal FOX Premium 1, todos os domingos, às 23h.

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“Mas também é uma discussão interessante porque devo dizer que neste momento em que estamos falando sobre o respeito às mulheres, o tipo de linguagem que devemos usar, vejo mulheres objetificando meu companheiro de elenco aqui”, completou a atriz irlandesa, apontando para Heughan. O ator escocês comentou que as pessoas ficariam chocadas ao saber de situações que aconteceram com ele. “Mas tento levar na esportiva”, afirmou.

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Os fãs podem respirar tranquilos porque o que não falta na nova temporada é romance e sexo – além de ação, história, violência e um bocado de política, numa linha Game of Thrones com mais história de amor. Depois de passarem a terceira temporada quase inteira separados, Claire e Jamie estão finalmente juntos, e em novo território: a América, onde a filha dos dois, Brianna (Sophie Skelton), vive, séculos mais tarde – Claire voltou para Jamie depois de 20 anos no futuro ao saber que ele tinha sobrevivido a uma batalha. “É um novo começo. Eles naufragam e vão parar na América, é como um renascimento”, disse Heughan.

A temporada explora a fundação dos Estados Unidos, e o casal encara a jornada como a construção do futuro país de sua filha. “É uma temporada muito esperançosa porque Jamie e Claire finalmente conseguem construir do zero um lar e uma comunidade que representa seus ideais”, afirmou Balfe.

Mas, claro, obstáculos surgirão no caminho do casal. “A Guerra da Independência está no horizonte. Os dois sempre tentam lutar contra o tempo e contra a história, e nesta temporada eles vão ter de escolher um lado”, afirmou Heughan. Também há a exploração de lados mais sombrios da criação do país, como o massacre dos nativos e a escravidão de africanos.

Sam Heughan acha que Jamie, apesar de ser um homem daquela época, é progressista. “Há muitos paralelos entre o que aconteceu com os nativos americanos e com os escoceses. São pessoas que foram desalojadas. Ele vai para a América quase como refugiado.” Essa é a combinação que faz com que as mulheres sonhem com o personagem e assediem o ator – Outlander é a segunda série premium mais assistida pelo público feminino nos Estados Unidos e está entre as dez mais assistidas no aplicativo da FOX na América Latina.

“Jamie é o homem musculoso, mas também tem muita inteligência emocional”, disse Caitriona Balfe. Mas Claire não fica atrás: é forte e determinada, mas também sensível e vulnerável. “É maravilhoso ter uma personagem assim num momento em que há conscientização e busca da igualdade. O mundo está mudando. É empolgante saber que estamos contribuindo, mesmo que só um pouquinho”, afirmou a atriz.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.