A vida da artista plástica mexicana Frida Kahlo é retratada no monólogo Frida Kahlo, viva a vida, que está sendo apresentado na Casa de Artes Helena Kolody, em Curitiba. O texto do dramaturgo mexicano Humberto Robles recebeu o Prêmio de Melhor Revelação Dramática pela Asociación de Periodistas Teatrales (APT) no México. A peça já foi encenada no México, EUA (Chicago), Uruguai, Porto Rico, Espanha e será encenada pela primeira vez no Brasil pela Companhia Teatral Tirso, com tradução e direção de Luis Benkard, atuação de Isabelle Neri e produção de Patricia Goulart.

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A ação se passa no ?Dia de Los Muertos?, data em que o México realiza oferendas aos mortos em ritmo de festa. No México, acredita-se que, neste dia, os mortos retornam para festejar ?o seu dia?, acompanhados da Catrina, conhecida como a Senhora da Morte. A Catrina é um elemento burlesco à morte gélida e inválida, uma sátira à temerosa morte. Caveiras decoradas com roupas e jóias mostram essa fragilidade da vida. Mesmo morta, a senhora Catrina, seca e esturricada, volta para bailar e exibir sua vaidade. Aos vivos resta celebrar a morte, convidando-a para entrar em sua casa, para comer e beber à vontade. No México, verdadeiras ceias são feitas nos cemitérios sobre o túmulo de entes queridos.

Na peça, Frida Kahlo retorna e relembra sua vida: sua relação amorosa com o muralista mexicano Diego Rivera, o acidente trágico com o bonde que prejudicou sua coluna e sua perna, o envolvimento com Trotski, e tantas outras situações que marcaram a vida da artista. Frida Kahlo, viva a vida expõe o lado autêntico da artista, que mesmo com acontecimentos trágicos tinha a força e a alegria de viver, por sentir os prazeres da vida.

Em um cenário que representa uma casa qualquer no México e que, apesar de sua simplicidade, tem como de costume construído em seu interior um altar para os mortos, Frida faz sua aparição e apropria-se desta casa e deste altar, serve-se da bebida dedicada aos mortos e leva a platéia consigo em uma viagem surrealista. Essa casa simples torna-se também o seu estúdio, ou sua cozinha ou até mesmo o Museu do Louvre em Paris, como numa pintura surreal que sem obedecer a coerência de tempo e espaço faz da ação uma tela viva das alegrias, sofrimentos e lembranças da artista que agora transita livremente entre o universo dos mortos e, dos vivos. Esses universos atados por um cordão tão singelo.

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O diretor Luis Benkard realizou um trabalho de pesquisa na Cidade do México e permaneceu hospedado no bairro de Coyoacán, próximo da Casa Azul onde Frida Kahlo nasceu e morreu. Benkard pesquisou a vida da artista, acompanhou e documentou, através de fotografias, a preparação e a comemoração do ?Dia de Los Muertos?, visitou a Casa Azul (casa de Frida Kahlo) e os ateliês da artista e do marido Diego Rivera, ao lado do autor do texto, Humberto Robles. Luis Benkard mora em Londres e veio ao Brasil somente para dirigir o espetáculo e escolheu Curitiba como cidade para estréia nacional. A peça também será montada na Inglaterra, pelo mesmo diretor.

Serviço

Frida Kahlo, viva a vida;  até 18 de novembro (sábados e domingos às 21h), na Casa de Artes Helena Kolody (com estacionamento gratuito).

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Rua Brigadeiro Franco, 3625. Capacidade para 20 pessoas. Reservas pelo telefone (41) 3334-4552. Entrada: R$ 20, meia: R$ 10.

http://www.fridakahlo.cjb.net/