A websérie “Fale com Veca” quer quebrar o tabu existente sobre o dia a dia dos portadores de nanismo na sociedade. Estrelado por Veronica Ned, filha do cantor Nelson Ned, o projeto arrecadou dinheiro por meio de uma plataforma de financiamento coletivo e terá 15 episódios no Youtube, todas às quartas-feiras.
Em entrevista, Veronica disse que a ideia veio do diretor da série, Felipe Kurc, para realizar um antigo sonho da atriz: “Eu tenho um sonho de fazer um filme com o (Pedro) Almodóvar. Eu tinha comentado com o Felipe, aí ele me mandou uma mensagem, que caiu do céu na minha vida. Ele disse: melhor do que fazer um curta e mandar para o Almodóvar é fazer uma websérie, aí a gente conecta ele”.
O nome da série, inclusive, tem relação com o diretor: a artista começou a gostar dele por conta do filme “Fale com Ela”, dirigido por Almodóvar. A atriz diz que o admira porque “ele tem a visão do mundo em uma lente, exibe o ser humano por dentro, tem a capacidade de botar pra fora aquilo que você nunca acharia que uma pessoa fosse capaz de fazer”.
O “Fale com Veca” vai mostrar histórias da atriz, seu cotidiano como pessoa de baixa estatura e também falar de sua relação com o falecido pai. “A gente conta um pouco desse cotidiano, desse universo de ser pequena, porque muita gente tem curiosidade. E também sobre eu ser filha do meu pai. Eu acho que a gente tá num momento muito bom, de quebra de paradigmas, então a série se encaixa bem”.
Veronica revelou que já sofreu muito preconceito por conta de sua condição de nanismo, inclusive no mundo artístico: “Só me chamavam para papéis como Os sete Anões, para assistente de Papai Noel, elfo, duendes… Eu acho um barato, mas eu não posso viver só disso. A gente tem que dizer não até para mudar a cabeça das pessoas”.
A série terá 15 episódios, e toda quarta-feira, às 11h, sai um novo. Foram seis meses de produção e o financiamento coletivo coletou mais de R$ 23 mil, suficientes para tornar o projeto realidade.
Quando perguntada sobre o que espera da série, Veronica diz que sua intenção “é provar que dá pra ter um sonho, independentemente de qualquer limitação que você tenha, seja física ou não. E conscientizar as pessoas que o diferente também é legal, que não é menos, é só… diferente”.