Parcelamentos, pedidos de desconto, longas negociações. Cercada de cautela por causa da crise econômica, a quinta edição da ArtRio teve vendas acima do que se antevia, segundo galeristas ouvidos pelo jornal O Estado de S.Paulo, graças ao jogo de cintura no momento da compra. Mesmo galerias internacionais, que estão lidando com o dólar a R$ 3,8, conseguiram fazer bons negócios.

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A White Cube (de Londres), a David Zwirner e a Other Criteria (ambas de Nova York) tiveram resultados além da média, disse Brenda Valansi, sócia da feira. A última vendeu múltiplos de Damien Hirst, proeminente artista britânico, com valores variando entre US$ 2,7 mil e US$ 56 mil.

“Nossa estratégica de reduzir o tamanho da feira deu certo: apesar do momento, as vendas superaram as expectativas. Tivemos um bom retorno dos galeristas e do público. O mercado está cada vez mais maduro”, disse Brenda.

Participaram 80 galerias de arte moderna e contemporânea, vindas de 11 países, número 20% menor do que na edição do ano passado. Foi dado maior destaque à arte nacional – a proporção de galerias brasileiras subiu de 57% para 70% em relação a 2014. O público presente nos quatro dias de feira foi de 49 mil pessoas, apesar do tempo chuvoso. A entrada pela Praça Mauá, reaberta no dia 6 após quatro anos de obras, facilitou o acesso.

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Se em anos anteriores os bons negócios se concentravam nas primeiras horas do primeiro dia, dessa vez houve gente aproveitando até o último momento, com visitas aos estandes por dois dias seguidos até a decisão final.

“Foi uma surpresa agradável. O que mudou foi a questão do parcelamento e as negociações de descontos. Vendemos trabalhos de R$ 14 mil a R$ 300 mil e parcelamos em até oito vezes. A compra não é mais por impulso, existe uma indecisão”, contou a galerista Anita Schwartz, que viu saírem obras de alguns de seus principais artistas – Waltercio Caldas, Nuno Ramos, Abraham Palatnik – e precisou repor peças exibidas por três vezes. “Teve interesse também por artistas mais novos, como Otavio Schipper e Fernanda Quinderé. Se todas as compras acertadas se concretizarem, terá sido melhor do que a edição de 2014 e melhor do que a última SP-Arte (feira realizada em abril).”

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Luiz Sève, sócio da Galeria de Arte Ipanema, uma das mais tradicionais da cidade, achou 2014 melhor, ainda que tenha vendido nomes como Cruz-Diez e Cildo Meireles. Diretora d’A Gentil Carioca, Elsa Ravazzolo concorda: “As pessoas estão mais cautelosas, mas quem tem mais dinheiro não se afeta tanto pela crise”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.