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| Os velhos hippies são protagonistas. |
A chegada do cinema de animação brasileiro à idade adulta pode, enfim, estar próxima. O longa Wood & Stock: sexo, orégano e rock?n? roll, do gaúcho Otto Guerra baseado nas hilárias tiras de Angeli, finalmente chega à fase de pós-produção depois 105 mil fotogramas rascunhados, 46 mil desenhos, 268 páginas de storyboard e 770 cenas esboçadas nos últimos quatro anos. O lançamento é previsto para dezembro. Pelo menos de acordo com o prazo final determinado pelo Ministério da Cultura (MinC).
O filme, de 73 minutos de duração, que levará os personagens mais “pusta doidos” da história dos quadrinhos do país às telas, vive um entrave judicial, correndo o risco de os produtores terem que devolver todo o dinheiro ganho em 2000, através do Programa Cinema Brasil para produções de baixo orçamento (leia-se até R$ 1 milhão).
A produtora executiva do filme, Marta Machado, diz ter esperanças de resolver todas as pendengas finais do longa antes que o MinC exija os R$ 360 mil recebidos de volta. De acordo com a assessoria da Agência Nacional de Cinema (Ancine), a produção está tendo o pedido de prorrogação do prazo analisado. Quanto à última, porém, chegou-se a um acordo, já que Sevá foi nomeado diretor da Ancine e teve que parar a produção de seu filme.
Descrevendo tanto estorvo entre os produtores de Wood & Stock e o Ministério da Cultura, parece que todo o filme dependia totalmente da verba. Mas não é bem assim. Os R$ 360 mil serviram apenas de pontapé para o projeto sair do papel. O restante para completar o R$ 1,05 milhão do orçamento final dependia de outras captações, que vieram de patrocinadores diversos. Mesmo assim, ainda faltam R$ 200 mil.
“Estamos quase morrendo na praia. O filme já está praticamente pronto, só faltando a edição final do som e a passagem para película (a animação foi feita de maneira tradicional e os cenários e movimentos processados digitalmente) “, explica Marta Machado, completando que o filme encareceu devido a modificações do roteiro inicial feitas depois do Laboratório de Sundance. – Voltamos de lá em 2001 vendo que nosso roteiro tinha falhas. Levamos mais quatro meses refazendo tudo. O resultado foram alguns erros de continuidade que tivemos que corrigir e a dublagem de alguns personagens que deverão ser refeitas.
Uma delas é da cantora Rita Lee. Ela é dona das vozes de Rê Bordosa e Lady Jane (uma hippie que resolveu entrar em um retiro espiritual e abandonar a vida de sexo, cigarros de óregano e rock?n? roll).
Angeli preferiu não centralizar a produção e prometeu ser um autor “morto” em relação ao projeto. Há pequenos detalhes que ele não desenharia; mas disse ter ficado impressionado em ver personagens que nunca tinha desenhado de costas, por exemplo, e a imagem acabou “casando” com seu estilo.