Coragem nunca faltou a Nicole Kidman. A diva hollywoodiana falou com um cachorro desenhado em Dogville, arriscado filme do seguidor do Dogma, Lars Von Trier, e foi a escritora feiosa e suicida Virgina Wolf, em As horas. Entre um filme-cabeça e outro, estrelava pipocas como Mulheres perfeitas e Feiticeira, este, ainda em fase de pós-produção. Agora, em Birth, ela é Anna, uma jovem e frágil víúva que acredita que um menino de dez anos é a reencarnação do seu marido morto.
Na tela, cenas provocantes que mostram Kidman e o menino na banheira juntos ou se beijando. Pedofilia infantil? Polêmico? Nicole Kidman nega qualquer sensualidade ou pedofilia nas cenas.
“Encantei-me com essa mulher enlutada”, disse Kidman durante o Festival de Veneza. “Não fiquei pensando: ‘quero fazer um filme no qual beije um menino de dez anos’. O que queria era fazer um filme que tentasse entender o amor.”
Birth foi elogiado pela imprensa especializada, que ignorou os comentários de pedofilia feitos durante os festivais de Veneza e Toronto ou em sites de discussão do filme. No entanto, foi fracasso de público. Estreou em poucos cinemas, levando menos espectadores e, como conseqüência, ficando em 11.º lugar na bilheteria. Será medo de Hollywood expor a musa diante do público purista americano?
Birth, que no Brasil ganhou o título provisório de “Sombras do passado” e agora se chamará “Reencarnação” (com estréia prevista para fevereiro) é tratado como um longa perturbador, chamado de paranormal por uns e simplesmente de filme de amor por outros. Em um dos takes, a personagem de Nicole, Anna, beija docemente o jovem Sean depois de se convencer que ele é mesmo o marido morto.