Espíritos que vagam pelo planeta se habituaram a encarnar em Rebelo, professor paranormal e médium. Se não é verdade, ao menos parece. Após alguns meses de intervalo, a peça Boom, em cartaz há cinco anos com o ator Jorge Fernando, volta ao palco amanhã, em Curitiba. Com texto de Luiz Carlos Góes e direção de Marcus Alvisi, o espetáculo é uma comédia escrachada sobre as confusões que almas desencarnadas causam na vida de um professor. Em questão de segundos Jorge muda de personagem como quem muda de humor. A utilização de um pré-texto possibilita ao ator improvisar usando seu estilo de cena favorito, a comédia.
Rebelo (Jorge Fernando) tem seu corpo invadido por espíritos nos momentos mais inesperados. Entre eles o de Ney Luiz, o espírito de um homem que morreu dormindo. Aparecendo sem nenhum aviso, Ney se interessou pelo corpo por achá-lo espaçoso, e a confusão fica armada quando o médium é possuído durante uma ópera em pleno Teatro Municipal. Se um é bom e dois é melhor ainda, a situação fica mais hilária quando o espírito de Callas, uma soprano, também encarna em Rebelo, interferindo na ópera com seus cantos provindos do além.
Com o dom de levitar, prever situações e ficar invisível, o personagem de Jorge Fernando recebe o espírito de uma dançarina que pensa estar vida, apesar de ter falecido há anos, no Moulin Rouge, e o da portuguesa Ruth, que vive na melancolia e a cada vez que encarna no professor o deixa com uma ressaca espiritual.
Segundo o ator, o espiritualismo possui um papel importante em sua vida, apesar de não levantar a bandeira de religião alguma. ?Acredito em vida após a morte, mas o que as pessoas irão ver é um religioso profano?, diz. Para ele, a peça é uma grande brincadeira já que aborda temas sensíveis a qualquer tipo de pessoa; o lado humano, sensível, com críticas ao egoísmo, mas de forma engraçada. No palco, Jorge tem a companhia de Luciana Rigueira, que já participou da peça uma vez e de Marcelo Barros. Os dois atores estão presentes no elenco da novela Alma Gêmea, com direção de Jorge Fernando.
Como se não bastasse as trapalhadas dos fantasmas, Jorge prometeu uma: ?Mostrarei minha bunda pela última vez. Ela está ficando caída?. Ao final, o ator promete uma surpresa junto a platéia. Para o diretor do espetáculo, Marcus Alvisi, o show será uma mistura de Stephen Hawking, Oscarito e Peter Seller. Com o sucesso de público e crítica, Boom foi lançado em DVD com distribuição da Europa Filmes em 2004.
Serviço:
Jorge Fernando, Luciana Rigueira e Marcelo Barros com a peça Boom, amanhã, às 21h, no Teatro Guaíra. Ingressos à venda na bilheteria por R$ 50 (platéia e 1.º balcão) e R$ 40 (2.º balcão).
