Uma carreira de fascínio e incertezas

Ela é uma profissão milenar, das mais atraentes, possui glamour e um certo charme, no entanto, a maior parte de seus profissionais não alcança um bom público nem o devido reconhecimento. O ofício de escritor já foi visto com maus olhos, seus profissionais como charlatões, e hoje formam uma classe reconhecida, mas seu produto, o livro, é visto como um bem não necessário. O Dia Nacional do Escritor é comemorado hoje com a incerteza dos caminhos reservados para a literatura.

?Mais que uma profissão, ser escritor é um ofício. Queiramo-nos até o último dia de nossa existência, no fogo e na deliciosa epifania do ato de escrever?, brinda o escritor Wilson Bueno. Ele considera a profissão como um ofício único, já que tem uma carga de conteúdo e um poder de influência importante no ensino intelectual. Quanto à tarefa, pode ser desgastante, mas um escritor de verdade deve seguir sua labuta sem entregar os pontos. Segundo Bueno, não existe outra profissão, além de escritor, que tenha o tamanho poder de mobilizar o ser humano.

O dia 25 de julho foi escolhido como Dia do Escritor logo após o sucesso do 1.º Festival do Escritor Brasileiro, em 1960. Por um decreto governamental, a data ficou estabelecida. A iniciativa partiu da União Brasileira de Escritores, por meio de José Peregrino e Jorge Amado – presidente e vice, respectivamente. Passados mais de quarenta anos, atualmente o mercado editorial tomou um rumo ligado à exploração comercial do produto. Com grandes lançamentos chegando as prateleiras todos os meses, o consumidor está cada vez mais interessado em romances de leitura rápida.

Segundo o diretor comercial da Livrarias Curitiba e diretor da Região Sul da Câmara Brasileira do Livro (CBL), Marcos Pedri, o leitor contemporâneo não está com disposição para livros pesados e discursivos.

Mais vendidos

Entre os livros mais vendidos (ficção) nas principais livrarias da capital, no mês de julho, estão: O caçador de pipas, de Khaled Hosseini, O código Da Vinci, Anjos e demônios e Ponto de impacto, de Dan Brown e Movido pela maré, de Nora Roberts. A semelhança em relação ao ano passado está no conteúdo das obras, que trazem textos bem escritos, mas sem uma novidade intelectual e originalidade. Os três livros de Dan Brow já ocupavam a lista há um ano.

Na categoria não-ficção os mais vendidos são 1000 lugares para conhecer antes de morrer, de Patrícia Shultz, Jesus o maior psicólogo que já existiu, que já estava na lista de 2005, e O doce veneno do escorpião, lançado pela ex-prostituta Bruna Surfistinha no final do ano passado.

Apoio à leitura

No intuito de debater a produção literária unindo escritores e leitores, a Fundação Cultural de Curitiba (FCC), em parceria com o jornal literário Rascunho, promove mensalmente, no Teatro do Paiol, o Paiol literário. O projeto leva escritores para falar sobre seus livros e conta com a mediação do escritor e jornalista José Castello. 

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