Você é capaz de não acreditar, mas Juan José Campanella, o diretor argentino da animação Metegol – Um Time Show de Bola, que estreia na próxima sexta-feira, 29, não é particularmente atraído por futebol. Não torce para nenhum time. Mas é que, na verdade, seu belo filme não é, segundo ele, sobre esporte. É sobre outra coisa, mais densa, mais profunda, mesmo que, na última meia hora, Campanella e seus colaboradores tenham conseguido converter as salas de cinema em estádios nos quais se desenrola – prepare-se! – uma partida decisiva.
Pode até ser infundada, mas existe uma rivalidade Brasil/Argentina. ‘Eles’ insistem que Maradona é o maior craque do mundo, tentando tirar o título de Pelé. E, no cinema, já ganharam duas vezes – duas! – o Oscar de filme estrangeiro. O primeiro a vencer foi Luis Puenzo, com A História Oficial. O segundo, Campanella, com o thriller O Segredo de Seus Olhos. Campanella não esconde que sonha com o segundo Oscar, e seria agora com sua animação.
Ele lembrou ao repórter, durante a exibição do filme no Festival do Rio, que a primeira animação do mundo foi feita na Argentina por um cineasta hoje esquecido. Um Time Show de Bola vai estrear nos cinemas dos EUA em 2014. Se tudo der certo – depende do lançamento, da dublagem, de ‘n’ fatores imponderáveis -, ele gostaria de voltar a concorrer ao Oscar, na categoria de animação, em 2015.
Por enquanto, parece um sonho distante, mas Um Time Show de Bola é também sobre isso – a capacidade de sonhar e se superar, contra toda a adversidade. O protagonista é um garoto que tem como aliados os integrantes de um diminuto time de pebolim. Vão todos para o grande gramado. O desafio, que Campanella já venceu, é mostrar que não são só a Pixar nem a DreamWorks a fazerem animações para adultos.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.