Ozzy Osbourne chega ao Rio e parte para a entrevista coletiva de seus shows no Brasil, no hotel que o hospedaria. O visual, bem cuidado, é todo negro, como sempre: blusa, sobretudo, unhas, óculos escuros. Mas este não é o mesmo Ozzy que veio à cidade em 1985, para o primeiro Rock in Rio, e, dez anos depois, para o festival Monsters of Rock. É um roqueiro que fala da mulher, confirma que pediu uma bicicleta ergométrica e garrafas d?água em seu camarim e se declara "limpo".
"Eu nunca tinha gravado um disco sóbrio. Tive de decidir. Se não pudesse gravar sóbrio, teria de parar, porque o álcool e as drogas estavam me matando. Foi um dos discos que mais me deram prazer", diz o ainda Príncipe das Trevas, referindo-se ao mais recente álbum, "Black Rain", lançado em 2007, que seria explorado em seus shows nesta quinta-feira (3) no Rio e no sábado (5) em São Paulo.
No entanto, o ex-líder do Black Sabbath, sexagenário a partir de dezembro, faz das suas. Antes de começar a entrevista, passa pelos fotógrafos e faz poses debochadas com os dedos médios pra cima. Em seguida, revela aos jornalistas seu ritual antes de subir ao palco: "Eu aqueço a voz, faço cinco minutos de bicicleta para mexer o corpo e depois me masturbo."
Ele conta que gostaria de voltar à América Latina no futuro. Quem sabe numa possível – e esperadíssima – reunião do Black Sabbath, no aniversário de 40 anos da banda, em 2009… "Eu nunca mais digo nunca. O problema é que estou longe do Black Sabbath há 30 anos e essa é uma parte sagrada da minha vida. Tenho medo de fazer um álbum que não seja tão bem-aceito como os que fiz antes." Aposentadoria por tempo de serviço? Que nada. "Quando eu me aposentar, estarei dentro de um caixão."