Criar um espaço que resgata a cultura de um povo e fomentar o turismo na região serão os objetivos do Parque Histórico de Carambeí, cidade localizada na região dos Campos Gerais do Paraná.
O espaço, que terá visitação gratuita, será um dos maiores museus a céu aberto do Brasil, com uma área total de 100 mil metros quadrados. Quem visitar o local poderá conferir de perto como foi a vida dos imigrantes holandeses em Carambeí, cujo centenário de imigração completará 100 anos no dia 4 de abril 2011, suas roupas, equipamentos, objetos, entre outros.
O projeto está sendo realizado pela Associação do Parque Histórico de Carambeí, com apoio institucional da Prefeitura local e patrocínio da Batavo -Cooperativa Agroindustrial.
De acordo com o curador executivo e um dos envolvidos no projeto, Guilherme Klopffleisch, a ideia surgiu há aproximadamente cinco anos, quando estavam pensando sobre o que realizar para comemorar os 100 anos da vinda dos imigrantes holandeses para o Paraná.
“Não queríamos simplesmente criar um monumento simples para esta importante data. Pensamos bastante e concordamos que este parque seria o melhor presente. Ele deve ficar completo em mais ou menos três anos, mas desde já ele está operando com a Casa da Memória, que existe desde 1946 e conta com acervos de centenas de itens utilizados pelos imigrantes. O espaço vai passar por uma pequena reforma, mas nada que atrapalhe. No sábado será lançada a pedra fundamental da Vila Histórica, que vai reproduzir as casas, que vão servir de mini museus, a escola e a igreja dos antigos colonos, que irão funcionar de verdade”, revela.
O curador conta ainda que haverão outros atrativos para o parque e que a intenção é transforma-lo em um importante destino cultural. “O espaço vai contar com um parque de exposições, que está passando por uma reforma, e será ideal para a atividade leiteira na região, um parque aquático que vai mostrar como a Holanda utilizou a tecnologia para criar os diques (obras de engenharia hidráulica para manter a terra seca, muito comum no país) e aquilo que eu considero como mais ousado: a reprodução de um quarteirão de Amsterdã (capital holandesa) que será multiuso e vai trazer galerias, restaurantes, teatro, cinema, entre outros”, explica.
Para ele, trata-se de um dos maiores projetos culturais do Paraná, que vai trazer diversos benefícios para o turismo e o comércio local, além de gerar empregos na região. “Será uma infraestrutura cultural e social, pois apostamos que o espaço irá trazer grandes benefícios assim que estiver operando em sua totalidade”, opina.
Entretanto, para que tudo saia dentro do planejado, Klopffleisch diz que é necessário encontrar mais patrocinadores para esta empreitada. “O projeto está orçado em R$ 9 milhões. Queremos chamar a atenção para um marketing cultural diferente, especialmente para empresas de agronegócio. Não se trata de uma ideia de curta vida, mas sim um projeto permanente. O objetivo não é de colocar um banner de uma empresa no parque e sim que ela tenha um espaço para mostrar o seu trabalho. Por exemplo, se ela lida com produção de alimentos, teria um local para poder vender seus produtos. É algo bem diferente, por exemplo, de quem costuma patrocinar shows, em que duas semanas depois do evento, o público mal se lembra de quem bancava o evento”, enfatiza.