Música eletrônica para as multidões parece coisa dos anos 1990? Em termos. Para os paulistanos do Killer on the Dancefloor, ou KOTD, os grandes públicos parece que estão caindo do céu.
No ano passado, foram escalados para tocar no Rock in Rio num horário geralmente ingrato para o pessoal da eletrônica, no começo da noite. Mas era a noite do Metallica, e até começar o metal eles acabaram entretendo 10 mil pessoas – enquanto figurões como Steve Aoki e Boyz Noise, concorrendo com os anfitriões, pegaram a pista deserta. Depois, em Assunção, no Paraguai, foram abrir o show do francês David Ghetta, Midas entre os DJs. Quando os holofotes iluminaram a pista, tinham 20 mil pessoas à sua frente.
O mais curioso é que só agora chega às lojas Criminal (3Plus Music), o disco de estreia do Killer on the Dancefloor, que já está escalado também para a primeira edição do Lollapalooza, no dia 8 de abril, no Jockey Club de São Paulo. “A gente ama festivais. Já tá na veia”, diz Philip Alves, que compõe, com Flavio Romão, o Fatu, o KOTD. No Rock in Rio 2011 eles eram três – havia também Ali Disco B, que saiu do coletivo para se dedicar somente à publicidade (as duas coisas o estavam consumindo), mas também deixou sua marca na produção.
“O Ali sempre foi fundamental produzindo, tem grandes ideias de estúdio. Mas ultimamente, com o trabalho na publicidade, ele não tinha mais tempo para a vida pessoal. Teve de sair”, explica Philip, que começou sua carreira de DJ no olho do furacão dos anos 1990. “Já ouvi de tudo, a eletrônica já foi para tudo quanto é lado.”
Criminal tem um som de baixo destruidor e é cheio de participações especiais, como Ale (ex-Copacabana Club), Holger, Bonde do Rolê, Thiago Petit, Turbo Trio, Marco Hanna, Antonio Eudi, Dada Attack, Fabrizio Martinelli, Edu Foo e Cabal. “A gente vai chamando e fazendo. Tem várias músicas que não são feitas para pista, são para serem ouvidas, bem sinistras.” Tudo inédito, exceto o hit Gringo Oba Oba, que compuseram em 2009. Nos shows, Philip toca sintetizador analógico Holland e Korg e Fatu toca bateria eletrônica, mas é basicamente som eletrônico. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.