Um corpo em Astor Piazzolla

Quem fez aula de dança alguma vez na vida conhece a importância da contagem e dos compassos em uma coreografia. É essa marcação que dá a cadência de todos os movimentos e possibilita a sincronia entre bailarinos, para que todos dancem juntos. Coreografar algo sem contagem, deixando-se levar pela música, pode ser considerado, no mínimo, arriscado.

A Cia. de Dança Eliane Fetzer optou por esse risco, mostrando todo o aspecto orgânico dos movimentos, no espetáculo Um corpo em Astor Piazzolla, que estréia hoje, em Curitiba. O desafio foi reconhecido na última edição do Festival de Dança de Joinville, quando a coreógrafa levou para a mostra competitiva uma parte deste espetáculo, dividindo jurados entre o maravilhamento e a surpresa. ?É extremamente difícil coreografar Piazzolla. Sua música ultrapassa a gente?, revela Eliane Fetzer, dando-se conta da grandeza deste trabalho.

O espetáculo tenta fugir do tango de Piazzolla, gênero pelo qual o autor é mais conhecido, valorizando outras facetas de sua obra. São as músicas que dão a contagem de todos os movimentos e, por conta disso, o envolvimento dos bailarinos e da platéia é inevitável. O balé é totalmente baseado na interpretação corporal, intercalando movimentos redondos e contínuos com outros entrecortados e contrações com expansões do corpo. ?Com toda essa liberdade, os bailarinos estão livres para usarem toda a sensualidade e expressividade de seus corpos?, diz Eliane.

Um Corpo em Astor Piazzolla traz metáforas do corpo e do sangue, representadas pela luz e pelos figurinos, que têm o papel de dar a referência à platéia. Solos, duos, quartetos e grupos de bailarinos mostram o que ocorre dentro das pessoas quando estão vivendo determinados momentos, entrelaçando o sangue, as células, as veias com a carne. Esta temática é apropriada para a dança moderna, opção definitiva do grupo curitibano, que desde 1994 tem batalhado por seu espaço na cena curitibana.

Serviço:

Espetáculo de dança moderna Um corpo em Astor Piazzolla, Cia. Eliane Fetzer. Data: 21 e 22 de novembro, às 21h, no Guairinha. Ingressos a R$ 8,00 (antecipado) e R$ 10,00.

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