Último dia do Fashion Rio tem desfiles mornos e sem ousadia

Tomar um copo de champanhe, pegar um saco de pipoca e observar os antigos guindastes e a movimentação de barcos no Píer Mauá. Conversar com os amigos, tirar fotos. Quase tudo foi mais interessante para os convidados do evento do que os desfiles do terceiro e último dia do Fashion Rio.

Nada de muito horrível na passarela. Nada de ousado ou inspirador também. A grife jovem R.Groove e a moderninha Nica Kessler fizeram a lição de casa.
As nórdicas tropicais de Nica eram simpáticas, assim como os militares do mar da R. Groove. Flashes de moda, no entanto, sem capacidade de fixação, sem nenhum extremo, alto ou baixo, tudo mediano.

A esperança da noite era Andrea Marques, que só fez levar a mesma correção ao universo da mulher adulta, amante do luxo discreto.

A Coca-Cola Clothing ao menos deu um quê de diversão à coisa. A releitura do uniforme dos jogadores de basquete e o laboratório de texturas resultante da mistura de tecidos deram alguma graça à coleção.

Nas salas de desfile, enormes buracos na fila A. Assessoras se esforçavam para preencher os lugares e muita gente que estava sem convite do lado de fora preferiu permanecer na social.

A situação piorou quando muita gente resolveu escapar para o show de Lady Gaga. Nas conversas entre os fashionistas, o comentário de que essa é uma edição intermediária a ser esquecida e deletada. O bom e velho “cumprir tabela”. Vale lembrar, porém, que a SPFW também aconteceu em versão reduzida e teve momentos bem mais bacanas.

As promessas de que a próxima edição, em março, com as grifes de moda praia, o verão intenso e a proximidade da Copa, vai “bombar”, também correm de boca a boca. O movimento empresarial e oficial paralelo ao evento leva a crer que sim.

Enquanto isso, os fashionistas se divertem com fofocas locais. Narcisa Tamborindeguy, que está gravando a nova temporada de “Mulheres Ricas”, ganhará muito mais do que todas as suas colegas de programa, diz uma moça animada, que dá a entender que trabalha na produção.

Conta que Narcisa gosta mesmo é do hotel Emiliano, que “sofre” por ter de se hospedar no Unique, e que ela e a socialite foram a uma festa em São Paulo “cheia de gente feia”.

Alguém pergunta se Narcisa usa importados. A moça debocha. “Claro. Ela não é dessas que compra tudo em fast fashion e bota uma bolsa Chanel para dizer que é chique”.

De repente, começa o desfile, e a plateia, que ouvia atenta as novidades, fica um pouco chateada por ser obrigada a olhar para a passarela.

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