O maior sucesso em um século de cinema brasileiro vai ser nosso representante na pré-disputa pelo próximo Oscar de filme estrangeiro. Candidato natural, com seus 11 milhões de espectadores em menos de três meses, “Tropa de Elite 2” desbancou 14 filmes menores em alcance e em orçamento, entre eles os blockbusters “Assalto ao Banco Central” e “Bruna Surfistinha”. Seria o fim da crença de que não se deve tentar emplacar em Hollywood um representante do gênero em que os donos da festa são experts?
Esse havia sido o argumento usado quatro anos atrás, quando o primeiro Tropa foi preterido pela então comissão de seleção em favor de “O Ano Em Que Meus Pais Saíram de Férias”, de Cao Hamburger. O filme não chegou à disputa final pelo Oscar, arrematado pelo austríaco “Os Falsários”.
Na ocasião, alegou-se que, analisados os vencedores anteriores, a história do menino de 11 anos separado dos pais às vésperas da Copa de 70, por dar um “tratamento humano da criança”, seria mais competitiva do que a cruzada antitraficantes e anticorrupção do truculento Capitão Nascimento. “Tropa” acabaria conquistando o Urso de Ouro em Berlim.
“Acho que o Tropa 2 tem qualidade e perfil para brigar por uma vaga, sim. Hollywood está mudando, evoluindo e se atualizando em questão às temáticas dos filmes estrangeiros que são indicados”, disse o produtor Marcos Prado.
A escolha de “Tropa 2” como representante brasileiro vem em ótima hora. O filme estreia em seis cidades dos EUA em 11/11. “Já estávamos trabalhando a divulgação por lá, em Seattle, Los Angeles, Nova York… Agora é ajustar a estratégia para fazer com que os votantes da Academia vejam o filme, colocar anúncios nos jornais, revistas, mandar convites. E, claro, continuar sonhando”, declarou Prado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.