“O avião vindo para cá hoje parecia uma nave negreira”, disse a poeta, atriz e cantora Elisa Lucinda ao receber, ontem, na Sala São Paulo, o Troféu Raça Negra pela atuação na peça “Parem de Falar Mal da Rotina”. “Essa é a força do Brasil. O racismo não é nada mais que ignorância”, afirmou. Ela foi uma das personalidades premiadas na oitava edição do evento, que homenageou o compositor Milton Nascimento – cujas músicas, interpretadas por artistas como Lenine, Fabiana Cozza e Margareth Menezes, intercalaram as premiações.
Outra homenageada, a primeira-dama de Angola, Ana Paula dos Santos, emocionou-se ao receber seu “Oscar negro”. “Nunca recebi um Oscar negro antes. Bom, nem negro, nem branco, nem amarelo”, brincou ela. A primeira-dama disse se orgulhar de ter apoiado seu país “num momento difícil, em que mulheres sofriam, crianças sofriam e homens morriam”.
Criado em 2000 e promovido pela ONG Afrobras e pela Faculdade da Cidadania Zumbi dos Palmares, o troféu é dado a nomes que se destacam na luta pela diversidade e pela causa negra. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Escolhidos em 2010
Pelo voto popular
André Ramiro, na categoria melhor ator de cinema;
Cris Vianna, na categoria melhor atriz de cinema;
Marcello Melo Jr., na categoria melhor ator de TV;
Priscila Marinho, na categoria melhor atriz de TV;
Maria Júlia Coutinho, na categoria apresentador/repórter;
Grupo Bom Gosto, na categoria música;
Elisa Lucinda, na categoria teatro (criada neste ano).
Alguns premiados nas categorias institucionais
Eloi Ferreira de Araujo, ministro da Seppir;
Ricardo Lewandowski, presidente do STF;
José Antonio Dias Toffoli, ministro do STF;
Luiz Antônio Pilar, diretor de núcleo da Rede Globo;
Jeferson D, cineasta;
Thogun, ator;
Ana Paula dos Santos, primeira-dama de Angola.
