Trilogia erótica tem seu primeiro livro lançado no Brasil

Há tempos a literatura erótica não ganhava voz e alguma representação. No entanto, o cenário parece mudar após o lançamento de “Cinquenta tons de cinza”, escrito pela britânica E. L. James. O primeiro volume da trilogia acaba de chegar ao Brasil, com previsão de lançamento oficial no dia 1° de agosto, já causa furor – parta não dizer rubor – em leitores em potencial.

James, uma mulher comum, mãe de dois filhos e esposa dedicada, faz uma literatura que está sendo chamada de “pornô para as mamães”, afinal, diferentemente, do clássico “A Vênus das peles” de Sacher-Masoch que deu origem ao termo masoquismo, envolve não apenas o ato sexual em si, mas também uma certa pitada de “romance água com açúcar”, na busca inevitável pelo final feliz.

O frisson causado pela trilogia foi tão grande que sex shops do mundo todo apresentam altas nas vendas de acessórios eróticos. Uma loja do Reino Unido chegou a criar uma sessão especial para os produtos descritos no livro. Segundo a gerente do local, as vendas subiram cerca de 200%. Situação igual a esta foi vivenciada quando a série “Sex and the city” foi lançada, entretanto, não chegou nem perto do que acontece agora

Mais do mesmo

Com um enredo que não difere muito do que Nicholas Sparks explorou com “Querido John” ou Sidney Sheldon com alguma de suas várias obras, James tece o envolvimento da estudante universitária Anastasia Steele  com o milionário Christian Grey que, por meio de um “contrato de submissão”, domina a relação.

O teor sexual do livro fez com ele fosse proibido em escolas e bibliotecas públicas dos Estados Unidos. Até o momento, nenhuma instituição brasileira se manifestou contra a presença de “Cinquenta tons de cinza” em suas estantes.

Leilão milionário

Para trazer a tríade para terras tupiniquins editoras precisaram participar de um leilão pelos direitos autorais, que acabaram ficando com Intrínseca, que também publicou o sucesso teen da saga “Crepúsculo”.

Outra forte candidata, a editora Paralela, pertencente à Companhia das Letras, não conseguiu bater os R$ 1,5 milhões oferecidos pela concorrente e teve de sair do jogo. Essa não é a primeira vez que a Companhia perde uma chance de lançar um best-seller. Situação parecida aconteceu com a franquia Harry Potter, que terminou nas mãos da Rocco.

No fim das contas, quem esperar algo inovador ou mesmo que chegue perto à audácia e vanguardismo de “A Vênus das peles”, irá se iludir. Quem procurar diversão, terá um prato cheio.

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