Tributo a Gonzagão encerra Feira Música Brasil no Recife

Se todo fim de feira fosse assim, estava pra lá de bom. A “xepa” de domingo no Recife teve frutos da melhor qualidade, oferecidos pela Feira Música Brasil. Diferentemente da euforia pop das outras quatro noites, o público foi acomodado em cadeiras de plástico em boa parte do Marco Zero, para ver e ouvir em silêncio a Orquestra Sinfônica do Recife. Grande parte do repertório era de autoria do homenageado da noite, o mestre Luiz Gonzaga, que nasceu no dia 13 de dezembro. Peças de Cyro Pereira e Sivuca em homenagem ao Rei do Baião abriram e fecharam, respectivamente, o concerto.

Das 80 mil pessoas que compareceram para ver a Nação Zumbi na noite de estreia, o público caiu, sintomaticamente, na última noite, com um décimo de presenças. Longe de ser negativo o resultado, era notória a diferença de idade e de comportamento. Logo depois da orquestra, o refinado Duo GisBranco, de duas pianistas, foi ouvido com o mesmo interesse e respeito, tocando temas de Baden Powell e Vinicius de Moraes, Ernesto Nazareth, Moacir Santos, Egberto Gismonti e Villa-Lobos. No fim, Chico César, amigo de Claudia Castelo Branco e Bianca Gismonti, fez participação marcante em três músicas, encerrando o recital com “Dúvida Cruel”.

Em seguida, uma banda formada por integrantes do Cidadão Instigado e da Nação Zumbi (que fizeram dois dos melhores da Feira em noites anteriores) serviu de base para um desfile de novos expoentes homenagearem Luiz Gonzaga, no dia do aniversário de seu nascimento. Cada um interpretou duas canções, com exceção da cantora pernambucana Isaar, que fez uma versão de voz e piano com Vitor Araújo para “Qui Nem Jiló”.

A noite começou com um número instrumental, com participação do sanfoneiro Camarão, que depois tocou com Siba. Em seguida vieram Júnio Barreto, Otto e Spok, Marina de la Riva e Vitor Araújo. Arnaldo Antunes, com Catatau, que produziu seu CD Iê Iê Iê, na guitarra, fez uma versão de “Capim Novo”, bem ao espírito de seu trabalho mais recente. Prosseguindo com “Numa Sala de Reboco”, foi o melhor da noite, que ainda teve Lirinha e Seu Jorge. No fim, tendo os frustrados pedidos para “Asa Branca”, Otto puxou todo mundo de volta cantando “Olha pro Céu” e repetindo a divertida versão de “Pagode Russo”. O show foi gravado para virar DVD, pela Candeeiro Records. O evento reuniu mais de 120 mil pessoas em cinco dias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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