Não foram poucas as vezes que o governador Roberto Requião (PMDB) disse que as concessionárias do Anel de Integração apenas cortam mato, pintam asfalto e tapam buracos. Pois essa foi a situação encontrada pela equipe do programa Tribuna na TV, da TV Iguaçu, na segunda matéria da série de reportagens sobre as estradas do Paraná, apresentada ontem. Dessa vez os trechos visitados foram os de responsabilidade da Econorte e da Viapar.
Logo no começo da viagem, que parte de Londrina, passa pelo Norte Pioneiro e vai até a divisa com São Paulo, a repórter Renata Bonacin e o repórter cinematográfico Irany Carlos Magno descobrem uma praça de pedágio abandonada. O local da cobrança ficava entre Andirá e Cambará, mas em 1998 foi transferido para depois de Cambará, quase na entrada de São Paulo, perto do município paulista de Ourinhos. A mudança é estratégica, já que todos os veículos que vem de São Paulo para a capital paranaense ou para o Porto de Paranaguá passam por lá. A Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR) explicou que a Econorte aceitou administrar outro trecho de estrada, entre Cambará e Santo Antônio da Platina, como contrapartida para mudar a praça de lugar. Os caminhoneiros reclamaram pelo fato de terem que pagar o pedágio.
Depois que a concessão acaba, em Santo Antônio da Platina, a estrada fica ruim por 140 quilômetros até Jaguariaíva, quando começa a concessão da Rodonorte. “Esse trecho para Ourinhos não tem condições”, disse o caminhoneiro Donizete dos Prazeres. “Pago pedágio não sei por que. Quinhentos metros depois têm buracos que, se o caminhão cair dentro, estoura o pneu”, completou o também caminhoneiro Ermete Mascarelo.
A reportagem conversou com moradores de regiões próximas às praças antiga e nova, confirmando que a saída do pedágio agradou comerciantes do local antigo e desagradou quem agora está próximo à praça.
Viapar
Nos trechos da Viapar, que vão a Paranavaí e a Cascavel, a reportagem encontrou problemas já vistos em trechos anteriores: onde há terceira faixa não há acostamento e vice-versa. Mas os principais defeitos encontrados foram as ondulações na pista, causadas pela excessiva utilização das operações tapa-buracos. A exceção é no trecho antes de chegar à Maringá, onde a pista é dupla, com acostamento e bem sinalizada, apesar de também ter remendos, mas que prejudicam menos. “Deveriam arrancar o asfalto ruim e fazer nova cobertura. Não tem mais buraco, mas fica muita ondulação”, reclamou o vendedor Claudinei Souza que estava na estrada para Paranavaí.
No outro trecho, até Cascavel, a situação não é boa também, com algumas exceções: o asfalto está muito remendado, fazendo com que os carros trepidem muito. Joaquim Moreira Magalhães não pode mais andar de carroça, seu meio de transporte desde 1964, já que não há acostamento, que foi substituído pela terceira faixa. A falta de acostamento é o principal problema desse trecho.
Hoje, o Tribuna da TV, às 12h30, apresenta a BR-277 desde Foz do Iguaçu até Paranaguá, mostrando os trechos administrados pela Rodovia das Cataratas, Caminhos do Paraná e Ecovia.