O Museu de Arte Contemporânea, que vai ser extinto em novembro pelo governo do Paraná, sedia três exposições a partir de hoje. Às 18h, abre as mostras que o programa Rumos Itaú traz a Curitiba: Estranhamento, que reúne obras de Adriana Boff, Fabiana Wielewicki, Gabriele Gomes, Letícia Cardoso e Marcelo Cidade, com curadoria de Paulo Reis.
A mostra embute, segundo o curador, alguns conceitos sobre a linguagem da arte, como surrealismo (“delírios, alucinações, vertigens e associações revelavam, para seus artistas, uma realidade escondida daquela em que se vivia”) e uma idéia de deslocamento e inversão de posições num campo de significados, cuja referência teórica é Marcel Duchamp.
A gaúcha Adriana Boff apresenta oito fotografias com câmera obscura montada. A paranaense Fabiana Wielewicki, de Londrina e formada em Artes Plásticas pela Udesc/Florianópolis, explora a paisagem urbana com a utilização da fotomontagem. Gabriele Gomes, com estudos em Florença e na Escola de Música e Belas Artes do Paraná, documenta em vídeo e em foto suas ações na natureza. Catarinense de Criciúma, Letícia Cardoso apresenta um espelho e estetoscópio 50 x 300 cm, denominado Ouça-te. E o paulista Marcelo Cidade mostra fotos das performances Eu-Horizonte e Eu-Gaspar-David-Friedrich, além de Capacho um objeto de cimento.
O programa Rumos Itaú Cultural Artes Visuais, no ano passado, teve 1.495 artistas inscritos. Desses, 292 foram selecionados e 69 classificados, de 16 estados e do Distrito Federal. Eles estão participando de treze mostras, uma geral e doze itinerantes, sendo nove pequenas e três de médio porte. Em Curitiba, a exposição fica até 20 de outubro.
Homenagem
Ex-diretora do MAC, a professora de História da Arte Adalice Araújo será homenageada com uma exposição de artistas que atuam ou atuaram em Curitiba na década de 80. Nesse período, a professora atuou como crítica e incentivou essa geração.
Cum curadoria de Adriane Hernandez e Carla Vendramini, a mostra reúne obras de Andréia Las, Eliane Prolik, Estela Sandrini, Francisco Faria, Guita Soifer, Letícia Faria, Márcia Széliga, Raul Cruz, Rossana Guimarães e Uiara Bartira, em individualidades.
A mostra também traz o circuito de formação e produção da obra no contexto das oficinas de gravura do Solar do Barão, reunindo os artistas Denise Bandeira, Denise Roman, Dulce Osinski, Everly Guiller, Guilmar Silva, Juliane Fuganti, Jussara Age, Laís Peretti, Mazé Mendes, Rosane Schlogel e Sandra Correia, além de três artistas da geração 80 na história do Paraná: Geraldo Leão, Leila Pugnaloni e Mohamed. O grupo Atelier Letícia Faria representa a categoria dos grupos e a experimentação de linguagens não-convencionais.
Da Alemanha
E a terceira mostra programada para o mesmo museu ficará na Sala Theodoro de Bona até 13 de outubro. Sagas traz a porção paranaense da Longa Noite dos Museus, realizada em Berlim e representada por Alice Yamamura, José Antônio de Lima, Maria Cheung e Tânia Bloomfield. Mais de cem instituições de diversas partes do mundo participaram do evento alemão, com trabalhos inovadores. “Fiquei impressionado com a receptividade de nossos artistas na Alemanha”, conta João Henrique, diretor do MAC.
Eles mostram, nessa exposição, sintonias comuns e ansiedades similares, utilizando materiais como o metal, o barro, o mineral, o tecido, a água, entre outros. Yamamura é do Norte do Paraná, Maria Cheung nasceu na China, Tânia é de Brasília e José Antônio nasceu em Minas Gerais.