Entram em cartaz nesta quinta, 6, quatro novos filmes brasileiros – um documentário, Henfil e três ficções. Duas delas são adaptações de teatro – Rasga Coração, de Jorge Furtado, da peça de Oduvaldo Vianna Filho, e O Beijo no Asfalto, de Murilo Benício, baseado em Nelson Rodrigues. A terceira é Tinta Bruta, da dupla Márcio Reolon/Filipe Matzembacher, que recebeu dois prêmios importantes no Festival de Berlim, em fevereiro, o Teddy Bear, o chamado Urso de Ouro gay, e o prêmio das associações europeias de cinema de arte e ensaio.
Diversas entre si, essas ficções colocam na tela diferentes retratos do Brasil. Rasga Coração transforma o conflito político em familiar, pai e filho divididos por suas crenças. O Beijo no Asfalto aborda o preconceito – a peça foi publicada em 1960, há 58 anos, portanto.
Decorrido todo esse tempo, é como se o mundo tivesse feito um looping e voltado ao mesmo ponto/momento em que o dramaturgo escreveu seu texto.
Apesar das leis em defesa da cultura da diversidade, o ódio e a violência contra gays estão mais fortes que nunca. É o tema também de Tinta Bruta – a degradação das cidades, a solidão urbana. É Porto Alegre, mas poderia ser São Paulo. O Brasil (real) pulsa nessas ficções.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.