A partir de hoje, o Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC) abre as portas para três exposições de pintura, fotografia e desenho. As mostras Arquitetura da cor, Até o fim… e Construções retratam o cotidiano urbano, com obras que remetem sentimentos diversos a partir do simples e, muitas vezes, do subjuntivo. Os trabalhos ficam expostos no MAC até o dia 18 de setembro.

continua após a publicidade

Com a exposição Arquitetura da cor, o artista plástico pernambucano, Ronald Simon, apresenta 20 obras recentes compostas por objetos (feitos sobre azulejo, couro e madeira) e pinturas abstratas. A mostra, que ocupa cinco salas do museu, apresenta um trabalho abstrato e geométrico.

“Procuro trabalhar com as cores mais puras possíveis, fugindo um pouco daquilo que é mais focado nas escolas de arte. Assim, busquei cores das ruas, dos prédios, uma cor industrializada que caracterizam uma natureza urbana”, afirma Simon, que também usa objetos como couro, azulejo e madeira para compor suas cores.

O artista plástico, que mora em Curitiba há 31 anos, conta que descobriu o nome da mostra ao ler um texto de Le Corbusier que falava da relação da arquitetura e a pintura. “Esse nome tem um duplo sentido, em que a palavra arquitetura pode se referir à construção tangível e o planejamento do pensamento com a cor”, conta.

continua após a publicidade

Simon, que também é professor de pintura na Faculdade de Artes do Paraná e no Museu Alfredo Andersen, afirma que, para ele, a forma de construir na pintura não é muito diferente da arquitetura de uma casa, já que tudo depende da criatividade e da funcionalidade do produto final, ou se a cor combina bem com a composição da obra.

“Não adianta fazer um quarto bonito se ele não propiciar facilidades e conforto para o usuário. Da mesma forma, a pintura precisa causar efeitos positivos para os olhos de quem a vê”, diz.

continua após a publicidade

Construções

Na mostra fotográfica Construções, que acontece na Sala Theodoro de Bona, o também pernambucano Manuel Veiga mostra um ângulo diferente das “bandejas” – equipamentos utilizados na construção civil para aparar a queda de entulhos. São nove imagens, de 90cm por 1,30m, registradas com equipamento digital.

Segundo Veiga, a ideia é chamar a atenção para um tipo de equipamento urbano, que está próximo do dia a dia das pessoas, mas que passa despercebido. “Como em muitos objetos, que para muitos podem parecer inútil, existe uma singularidade nesse equipamento. A arte também é tornar estas coisas visíveis para as pessoas, mas de uma forma poética”, afirma.

Veiga, que deixou a engenharia elétrica para se dedicar à arte, conta que o trabalho de fotografia que ora ele expõe começou há dois anos, incentivado pelo prêmio do Salão Nacional de Goiás, em 2006.

Até o fim…

Em Até o fim… o artista Carlos Nunes apresenta 13 trabalhos, entre desenhos, vídeos e esculturas. Utilizando simples materiais que também fazem parte do cotidiano como canetas hidrográficas o artista usa como temática central as relações entre quantidade e intensidade, começo e fim.

“Aqui são retratadas coisas que geralmente você não percebe o processo “acabar’. Não temos noção da quantidade exata de uma pasta de dentes, que aqui se acabou em pouco mais de um metro de uma superfície plana”, afirma. A mostra de Nunes traz desenhos que são determinados pelo processo delimitado pelo próprio objeto em uso.

Carlos Nunes é artista plástico por formação, entretanto trabalhou durante dez anos como publicitário. Em 2004, mudou-se para Buenos Aires, onde frequentou a clínica de artes de Diane Aisenberg.

Desde então, já participou de quatro exposições coletivas e uma mostra individual. Em 2008 retornou ao Brasil e atualmente freqüenta o ateliê de A,lbano Afonso e Sandra Cinto.

Serviço

Abertura hoje, às 18h30. Construções e Até o fim… no MAC (Rua Desembargador Westphalen, 16).

De terça a sexta-feira, das 10h às 19h. Aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 16h.

As exposições permanecem até o dia 18 de outubro de 2009.

Entrada gratuita.

Informações: (41) 3323-5328.