A peça fica em cartaz até sábado no Teatro HSBC. |
Os cinco maiores motivos para você não perder A Vida é Cheia de Som e Fúria, que fica até sábado no Teatro HSBC/Palácio Avenida, nem sob tortura: 1) Foi inspirada no best-seller cult Alta Fidelidade, do britânico Nick Hornby, que também deu origem ao filme homônimo, de Stephen Frears. O romance é uma espécie de “manual de instruções” do universo masculino – pelo menos da parte desse universo forjada sob a influência da música pop e da TV;
2) Mega-sucesso da mostra paralela do Festival de Teatro de Curitiba de 2000, o espetáculo catapultou o jovem diretor carioca Felipe Hirsch ao estrelato (ao ponto de ele ser disputado por astros do calibre de Marco Nanini, Marieta Severo, Renata Sorrah, Eliane Giardini e Andréa Beltrão). De lá para cá, a montagem já foi apresentada 154 vezes e vista por mais de 55 mil pessoas no País inteiro;
3) Os rapazes amantes da boa música pop e com problemas de relacionamento vão olhar para o palco e enxergar um espelho; as garotas precisam estar presentes para entender um pouco melhor o que se passa na mente perturbada desses homens. Alta Fidelidade e seus subprodutos estão para esta espécie masculina como O Diário de Bridget Jones está para as mulheres pré-balzaquianas;
4) A Vida é Cheia de Som e Fúria rendeu a Felipe Hirsch o Prêmio Shell de melhor direção em 2000 e à sua Sutil Cia. de Teatro dezenas de outros prêmios, entre os quais os Melhores do Ano dos jornais O Globo, Jornal do Brasil, O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo;
5) A trilha sonora, com mais de 80 inserções alternando ícones com nomes mais ou menos obscuros do pop mundial, dos anos 70 em diante. Prepare-se para ouvir muita soul music (Marvin Gaye, Aretha Franklin), e mais The Clash, Smiths, Joy Division, Elvis Costello, Nirvana, Zombies, Chuck Profet e Richard Hawley, entre outros.
Dito isso, soa quase desnecessário dar mais detalhes da história. Mas, como tem gente que não dá a mínima para a cultura pop, aí vai: A Vida é Cheia de Som e Fúria fala das desventuras de Rob Flemming, o proprietário de uma obscura loja de discos no subúrbio de Londres, para quem o gosto musical de uma pessoa é mais importante que o seu caráter. Aos 35 anos, ele curte a dor-de-cotovelo de ter sido abandonado pela namorada Laura – o mais recente de uma série de fracassos amorosos iniciados ainda no colégio.
A crise é tão violenta que abala o passatempo predileto de Rob e seus amigos: fazer listas dos “cinco mais” – bandas, discos, músicas para se ouvir numa manhã chuvosa, e até listas inusitadas como os cinco maiores foras e as cinco maiores canalhices que você já cometeu.
Em resumo, uma tragicomédia contemporânea repleta de referências pop, com uma linguagem simples mas contundente ao extremo. Se você é jovem, e capaz de se comover com uma música que fale de amor ou separação, A Vida é Cheia de Som e Fúria certamente será uma das cinco maiores peças da sua vida.
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Até sábado no Teatro HSBC/Palácio Avenida, sempre às 20h30. Ingressos a 15 reais.