As janelas, por mais simples e idílicas que pareçam num primeiro momento, vão muito além do bucólico na interpretação da artista plástica Dallwa Lobo. Há sete anos ela trabalha com o tema, e mostra novos ângulos na exposição Windows 2002, no Solar do Rosário.
“As janelas tornaram-se para mim uma fixação”, brinca Dallwa. Quando começou a produzi-las, em 1995, apesar da queda ao abstracionismo, ainda havia alguns contornos do desenho, mas com o passar do tempo houve a devida depuração. “Agora são totalmente abstratas”, explica.
O tema é rico em sua espiritualidade. Janelas não são meras folhas de madeira ou metal abrindo-se para pátios e ruas, mas possibilidades múltiplas de outras visões, descobrimentos de outras esferas, sejam elas exteriores ou interiores, na ótica da artista.
Abrir-se para a alma é um descerrar, assim como a busca por outros horizontes. “A variedade é muito grande”, atesta. Fiel às cores primárias – outra de suas marcas -, Dallwa acredita que nesta fase as telas trazem “janelas galáticas”, cósmicas.
***
Visitação até final do mês no Solar do Rosário/Largo da Ordem.