Vem aí um trabalho histórico. A imprensa oficial de São Paulo, com o apoio do Instituto Uniemp e do jornal Correio Brasiliense, de Brasília, está preparando a edição de 31 volumes, em “fac-simile”, dos artigos que marcaram o início da imprensa brasileira.

Como se sabe o jornalismo brasileiro nasceu em Londres, pelas mãos do jornalista Hipólito da Costa, e está oportunamente guardado no precioso arquivo de José Mindlin, um inveterado bibliófilo.

A época era o início dos anos 80 e Hipólito da Costa escrevia em Londres e o Correio Brasiliense chegava dois meses depois, de navio, ao Brasil. Onde ainda tinha que driblar a censura.

Hipólito da Costa escreveu até o dia em que o Brasil se tornou independente. Como a independência era uma luta permanentemente presente em seus artigos, assim que ela chegou ele acreditou que não precisaria mais escrever.

Além de José Mindlin, calcula-se que existam no Brasil ainda umas outras vinte coleções completas do Correio Brasiliense. Só Mindlin guarda em seu poder duas delas.

O jornal era diferente dos jornais de hoje. Naquele tempo a imprensa tinha um formato menor; era aproximadamente do tamanho dos nossos livros atuais.

Mas, o que se terá de mais importante será certamente o conteúdo e a liberdade que teremos para ler, já que naquele tempo, embora anteriormente tenhamos experimentado a liberdade de expressão, a sua leitura era proibida.

Segundo se afirma, a obra procurará ser a mais parecida possível com o original, mas será, de qualquer modo, beneficiada pela nova tecnologia que chegou ao nosso jornalismo.

P.S. – Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça foi perseguido por ser da maçonaria e se recusar a revelar seus companheiros. Foi preso em Lisboa, mas fugiu para Londres de onde escrevia para o Brasil.

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