Frank Sinatra afirmou à revista Life, em 1965: “Tony Bennett é o melhor cantor da indústria. Ele interpreta exatamente aquilo que o compositor escreve… aliás, consegue ultrapassar os limites de qualquer canção”. Pois se “A Voz” falou, quem pode discordar? O preferido de Frank completou 83 anos em 2009 e volta ao Brasil para uma turnê de seis espetáculos (depois de hoje, em São Paulo, Bennett se apresenta na quinta-feira no Rio de Janeiro, no Vivo Rio, e no sábado no Recife, no Chevrolet Hall).
Dividido entre a carreira de cantor e a de pintor, Bennett falou por e-mail de suas melhores lembranças dos últimos anos. “Fiquei muito empolgado de ter recebido o Grammy de Melhor Álbum do Ano pelo MTV: Unplugged (de 1995).” Bennett recebeu 15 prêmios Grammy durante sua carreira. O de 1995 marcou uma espécie de retorno da última grande voz da sua geração. “O mais marcante nesse período foi que não tive de me adaptar à MTV, não mudei minha maneira de cantar, nem meus arranjos nem o repertório. Muita gente jovem escutou pela primeira vez os clássicos da música americana e eu fiquei feliz que isso tenha acontecido através da minha voz.”
Além de ganhar um Acústico, Bennett apresentou a premiação da MTV, ao lado de Flea e Anthony Kids, do Red Hot Chili Peppers. Naquela época, o jornal The New York Times cravou: “Tony Bennett não somente é uma ponte entre as diversas gerações musicais, ele demoliu todas as suas barreiras e se conectou solidamente com a juventude roqueira. E sem fazer concessões”.
Entre esses clássicos estão “Once Upon a Time”, “Fly me to the Moon”, “Because of You”, “The Shadow of Your Smile”, “For Once in My Life”, “The Way You Look Tonight” e a onipresente “I Left My Heart in São Francisco”, canção que Bennet interpreta em todos os seus shows desde a década de 60. Bennett teve ainda sua biografia filmada com produção do ator e diretor Clint Eastwood em um especial de televisão, “Tony Bennett: An American Classic”, transmitido pela NBC em 2006, que ganhou sete prêmios Emmy em 2007.