Leandra Leal recebe nesta sexta-feira, 20, a homenagem da Mostra de Tiradentes.”Estou muito feliz porque, na verdade, é o fechamento de um ciclo. Meu primeiro filme como atriz, A Ostra e o Vento (de Walter Lima Jr.), passou na primeira Mostra e agora, na 20ª edição, não apenas sou homenageada como estou para estrear meu primeiro filme como diretora.” O documentário Divinas Divas já foi exibido, com sucesso de público e crítica, no Festival do Rio e na Mostra de São Paulo. Estreia somente em junho, distribuído pela Vitrine.

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A homenagem inclui a exibição de um filme, e será O Nome Próprio, de Murilo Salles.”Esse filme marca um turning point para mim. Sempre vivi no Rio, sob a proteção de minha mãe (a também atriz Ângela Leal). Ir para São Paulo e estudar na PUC foram riscos. Resultaram em períodos muito ricos de descoberta e amadurecimento”, avalia Leandra.

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Ela ama ser atriz, mas está empolgada com a direção.”Trabalho com comprometimento total, não sei fazer diferente.” Um próximo filme está a caminho, mas vai tomar tempo.”Dirigir exige muito. Ainda não sei o que vou fazer, mas terá de vir de dentro. Alguma coisa que me apaixone, como Divinas Divas.”

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Na TV, Leandra tirou um ano sabático, que deve terminar em abril.”Tinha o filme, minha filha. Precisei de tempo. A Globo aceitou e está sendo gratificante.” A Mostra de Tiradentes começa nesta sexta e prossegue até o sábado, 28. Durante nove dias, vai exibir 108 títulos, uma programação e tanto. Raquel Hallak, da Universo Produção, comemora.”Tivemos um ano difícil e até dezembro Tiradentes esteve por um fio. Precisamos esperar a virada do ano para que as empresas, mesmo as apoiadoras tradicionais, pudessem investir. O momento não está nada fácil e a Mostra não pode ser desvinculada da realidade social e política do País.”

O importante, segundo ela, é que a 20ª Mostra de Tiradentes está se pautando por uma expressiva participação das mulheres.”Exatos 41% dos filmes são realizações de mulheres e ainda temos as homenagens a Leandra Leal e Helena Ignez.” A atriz e diretora que prossegue dialogando com a obra de invenção do ex-marido, Rogério Sganzerla, morto em 2004, leva a Tiradentes o amigo e ator de seus filmes, Ney Matogrosso, com quem fez Luz nas Trevas e Ralé.”Sendo uma data redonda, a Mostra deste ano não pode deixar de refletir sobre o cinema e o Brasil dos últimos 20 anos. Nosso tema, por isso mesmo, é Cinema em Reação, Cinema em Reinvenção”, explica Raquel. Na segunda, 23, e até sexta, 27, Tiradentes abriga a Mostra Aurora, principal vitrine do cinema autoral e independente do País. Serão sete filmes que, segundo o curador Cleber Eduardo, apresentam”algum tipo de olhar sobre o contexto em que o Brasil está”.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.