Tihuana volta aos estúdios botando fé em nova gravadora

Um dos maiores fenômenos fonográficos dos últimos tempos no pop-rock brasileiro – o disco de estréia, Ilegal, de 2000, vendeu mais de 100 mil cópias e emplacou várias músicas nas rádios brasileiras – o Tihuana volta depois de um ano complicado. O quinteto -Román (baixo), Léo (guitarra), PG (bateria), Baía (percussão e vocais) e Egypcio (voz) – assina Aqui ou em qualquer lugar, agora pela Sony Music.

“No ano passado a gente ficou um período sem gravadora, depois de sair da EMI/Virgin”, conta o baixista Román, lembrando que a decisão de sair foi da própria banda, depois que as matrizes mundiais das duas gravadoras se fundiram: “Todo o pessoal que trabalhou no nosso primeiro disco, pela Virgin, foi substituído. Lançamos o segundo (A vida nos ensina, de 2001), já pela EMI, mas nos sentimos meio órfãos.”

O primeiro resultado deste “renascimento” é e Aqui ou em qualquer lugar, cuja música de trabalho, Bote fé!, já toca com freqüência nas rádios. Definido pela banda como um trabalho com muito mais “pegada”, o baixista declara: “Conseguimos fazer um disco com a nossa cara, e não nos sentimos pressionados a fazer um novo Pula!”. Ou seja, a banda continua fiel à sua mistura de ritmos andinos com guitarras pesadas e uma pitada de reggae e música latina. Mas agora com um som mais “moderno”. Outro detalhe que chama a atenção no novo trabalho é a redução drástica das referências às drogas, particularmente à maconha (quem não se lembra do refrão de Pula! -“Eu tô chapado / Eu tô chapadão” – ou da frase “É que a parada é muito boa”, da mesma música, sem falar na lisérgica Eu vi gnomos?). Em aqui ou em qualquer lugar as menções são muito mais sutis, e dirigidas a terceiros, como no verso “… enquanto isso tem gente lá em cima mandando dez quilos”, da música Vai vendo. Román explica a mudança: “A nossa cabeça não é mais a mesma do primeiro disco, e tudo isso se reflete no novo trabalho. Em Ilegal, por exemplo, a gente falava de praia o tempo todo. Acho que eram saudades do Rio”.

E sobre a acusação de plágio no primeiro disco [a banda curitibana King Kong Deconga afirma que Pula! seria um plágio de sua autoria]? O baixista responde: “A gente nem sabia que existia essa banda, e muito menos que a nossa música era parecida com uma música deles. A gente nunca falou com eles. Se eles tivessem chegado na gente até poderia rolar uma parada bacana, tocar junto… a gente só lamenta que uma atitude dessas tenha vindo de uma banda de rock. Por que eles não processam Sandy & Júnior, por Vamos pular? Para mim isso é mentalidade de quem quer aparecer em cima do sucesso dos outros”.

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