Os seres mitológicos foram os primeiros heróis da humanidade. Sujeitos com força sobre-humana, realizando façanhas inimagináveis, enfrentando monstros, salvando o mundo. Aos poucos, as lendas foram ganhando novos contornos. Homem de Ferro, Batman, Homem-Aranha, Wolverine, enfim, são heróis contemporâneos. Destes, Batman é o “vovô”, criado em 1939. Os outros surgiram nos anos 60 e 70. Eles, de alguma forma, incorporam a tecnologia. Em 1962, porém, Stan Lee, Larry Lieber e Jack Kirby buscaram novos heróis em personagens do passado, distantes da cultura norte-americana. Encontraram, na mitologia nórdica, um amplo e vasto material. Então, surgiu Thor, o deus do trovão. Um personagem mítico, algo até então pouco explorado nos quadrinhos.
O filme que estreia hoje no País foge um pouco da história original do personagem das HQs, principalmente com relação à vida de Thor na Terra, depois de ser expulso de Asgard, onde vivem os deuses nórdicos. Pela primeira vez no cinema, a Marvel (editora de HQs que detém os direitos do personagem) precisou explorar um universo fantástico nos cinemas. E, por mais que os primeiros trailers ou minutos supostamente vazados na internet mostrassem cenários um tanto bregas, o resultado final é de impressionar. Em “Thor”, os efeitos especiais são capazes de criar armaduras pomposas, salões dourados e pontes com as cores do arco-íris, em cenários bastante possíveis.
A Terra é deixada de lado em quase todo o início do filme. Com exceção da cena em que três cientistas pesquisam estranhos fenômenos meteorológicos no deserto do Novo México, nos Estados Unidos. Uma luz forte vem do céu. Um homem, loiro, inexplicavelmente aparece em meio à tempestade e é acidentalmente atropelado. De forma quase didática, e necessária para quem não é tão conhecedor das HQs, os minutos iniciais do longa são usados para explicar quem é Thor (que, com seu martelo, tem o poder de gerar raios e manipular tempestades), Odin (pai de Thor), Asgard, etc. Há muitos anos, asgardianos (habitantes de Asgard) e os gigantes de gelo – naturais de Jotunheim, que têm o poder de transformar e gerar gelo, – travaram a mais dura das guerras. Graças a Odin, conhecido como o Pai de Todos os Deuses, os asgardianos conseguem sair vitoriosos da batalha. E é combinada uma trégua.
Thor (Chris Hemsworth) cresceu ao lado de Loki (Tom Hiddleston), seu irmão mais novo, o deus das trapaças, segundo a mitologia nórdica. O primogênito, grande guerreiro, sempre ganhou a atenção do pai, Odin, vivido por um convincente Anthony Hopkins. Mas após uma estranha investida dos gigantes de gelo contra Asgard, no dia em que seria coroado rei, Thor se enraivece e, petulante e genioso, viaja até Jotunheim. Ali, ele quase deflagra outra grande guerra, só impedida por intervenção de Odin, visivelmente debilitado para uma nova batalha. O deus-chefe decide dar uma lição ao seu filho mais velho e o manda para a Terra, onde deverá aprender lições que o tornarão um grande rei.
Recém-chegado ao Novo México e após ser atropelado, Thor conhece Jane Foster (Natalie Portman). Uma única noite de conversa ao lado da fogueira já faz com que os dois se apaixonem. Logo, o lado humano do deus do trovão começa a aflorar. Mas Loki, em Asgard, procura maneiras para fazer com que o irmão mais velho não retorne e permaneça mortal. As informações são do Jornal da Tarde.