Qualquer historiador dará razão a Roland Joffé quando ele diz que a Guerra Civil espanhola, nos anos 1930, foi um ensaio para os conflitos ideológicos que explodiram na 2.ª Grande Guerra. “As ideologias nos fizeram muito mal”, avalia o diretor de There Be Dragons. Ele prossegue seu raciocínio de que o mundo polarizado por ideologias não favoreceu o humanismo. “Marx deve estar revirando no túmulo. A vitória sobre o comunismo não representa uma consolidação do capitalismo. O que temos é um sistema bancário hegemônico e cruel.”

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Joffé esteve quinta-feira, 15, em São Paulo. No dia seguinte, foi para o Rio, acompanhado de Steve Solot, sucessor do temido Harry Stone no posto de defensor dos interesses da indústria cinematográfica norte-americana no País. There Be Dragons ainda não tem distribuição no Brasil. Joffé espera que a produção da Tayrona Films Inc. seja lançada no segundo semestre. No Rio, o assunto não foi só a distribuição do filme. Assim como o rodou na Argentina, Joffé pretende fazer seu próximo trabalho no Brasil.

Vai ser um thriller sobre a queda de confiança no sistema bancário. O Brasil interessa como mercado emergente e o título repete a frase inscrita na nota de um dólar – In God We Trust, Cremos em Deus. A crença está em xeque em There Be Dragons. O novo filme de Joffé passa-se na Guerra Civil da Espanha. Envolve um jornalista, seu pai e um padre que fez história – Josemaria Escrivá, morto em 1975 e, em 2002, canonizado pelo papa João Paulo II. Escrivá fundou a organização católica Opus Dei, cuja simples menção desperta polêmica. A Opus Dei estava no centro das conspirações de O Código Da Vinci. “Sei que estou abordando um tema que suscita paixões, mas meu filme não é sobre a Opus Dei. É sobre a santidade, sobre como é ser santo no mundo moderno.” As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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