Terror? Onde?

Filmes de terror têm como objetivo assustar as pessoas, certo? Nesse gênero do cinema, bons exemplos não faltam: O Exorcista (só o primeiro, porque os demais são piadas de mau gosto), O Iluminado, Poltergeist, só para citar alguns, mexeram e mexem com a imaginação de quem os assiste. É impossível assisti-los sem ficar incomodado ou ficar desconfiado de qualquer barulho estranho. Pena que, ultimamente, não se fazem mais filmes de terror como antigamente. Um exemplo disso está em Escuridão.

A história e a intenção do longa são boas até. Entretanto, como diz aquele velho ditado popular, ?de boas intenções, o inferno está cheio?, o que temos é apenas uma hora e meia de um filme que não consegue despertar qualquer reação do público, que precisa apelar para o aumento do background (o supra sumo do clichê nesse estilo) para ver se consegue arrancar algum pulo da platéia.

O enredo de Escuridão acontece no País de Gales, quando Adelle (Maria Bello, do seriado Plantão Médico), uma mulher problemática, viaja com sua filha Sarah (Sophie Stuckey) para encontrar com o ex-marido James (Sean Bean, o Boromir d?O Senhor dos Anéis) e tentar uma reconciliação (pelo menos é o que diz a sinopse do filme, uma vez que isso não fica bem claro). Poucos dias depois da chegada, Sarah é misteriosamente tragada para o fundo do mar, para desespero dos seus pais. Adelle, então, começa a ter estranhas visões sobre o paradeiro de sua filha, num jogo que irá envolver uma misteriosa seita pagã.

Pena que a dupla de roteiristas Paul Tamasy e Stephen Massicotte não soube levar uma idéia boa adiante. Os dois deixaram a história cheia de buracos, em que há pouca ou nenhuma explicação dos fenômenos que assolam a trama, deixando o espectador sem entender patavinas do que está acontecendo. O resultado de Escuridão não poderia ser outro: filme monótono, pretenso assustador e que cai no lugar-comum.

Caso queira ver algo assustador, alugue os filmes citados no primeiro parágrafo ou, melhor ainda, assista aos telejornais. Aposto que você irá se assustar mais vendo isso a Escuridão.

Flávio Augusto Laginski – Jornalista do Paraná-Online.

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