As filmagens no Chile de “Estrela solitária”, onde se narra parte da vida do craque do futebol brasileiro Garrincha, terminaram no último 20 de setembro em Santiago.
O filme, dirigido por Milton Alencar, é uma co-produção chileno-brasileira. Foi filmado no Chile porque foi nesse país que, em 1962, nos dias da Copa do Mundo, Manoel dos Santos Oliveira, o Garrincha (interpretado por André Gonçalves), teve um tórrido romance com a cantora Elza Soares, interpretada por Taís Araújo, conhecida por seu papel em “Xica da Silva”.
O filme mostra quando Elza Soares chega a Santiago para unir-se a Garrincha, casado e com filhos. A cantora chega ao Estádio Nacional vestida com as cores da bandeira brasileira.
Uma cena crucial do filme, em um vestiário do estádio, mostra a mulher entrando enquanto Garrincha a devora com o olhar. O jogador Nilton Santos (interpretado por Alex Schumacher) exige a saída da jovem, enquanto ao fundo se vê Pelé (o chileno Carlos Muhire) de costas, com o número 10 em sua camisa. “Mas é só um figurante”, explica Alencar, “não tem falas”.
Em “Estrela solitária” também trabalha a artista chilena Tatiana Merino, no papel de Angelita Martinez, amante argentina de Garrincha, cuja participação foi filmada no Brasil.
Milton Alencar descreveu o filme como “um tratamento do personagem Garrincha em toda sua magnitude. Não só em termos futebolísticos, mas também o ocaso de um ídolo”.
Garrincha, alcoólatra desde muito jovem e fanático pelas mulheres, ganhou muito dinheiro em sua carreira esportiva, mas não guardou nada, perdeu tudo e terminou como um indigente.
O filme se baseia no livro homônimo de Ruy Castro, que descreve Garrincha como possuidor de um pênis de 25 centímetros. Além disso, o define como “uma coisa parecida com um pássaro, um pássaro que voa perdido na vida. Esse foi Garrincha”.