Dois espetáculos estréiam amanhã no miniauditório do Teatro Guaíra e no Teatro José Maria Santos. Na comédia Foi como se fosse, com texto da dramaturga Pagu Leal e direção de Fernando Bachstein, duas mulheres vivem um momento de crise existencial durante uma festa de casamento. Fuga da realidade, superficialidade social e egoísmo são os elementos questionadores que sustentam o argumento. Em O bom selvagem, o choque do encontro entre europeus e os habitantes do Brasil no século XVI indicam um caminho para muitos problemas do mundo contemporâneo.
Em Foi como se fosse, o público confere as dúvidas que duas mulheres maduras passam a ter após reflexões sobre suas vidas; a falta do auto-conhecimento e dificuldade em viver com sua verdade íntima no cotidiano mostra como ambas vivem num mundo superficial. A ficha de ambas cai logo no início da trama. As personagens, representadas pelas atrizes Dayres De Conto e Carla Rodrigues, saem de uma festa de casamento desgostosas devido ao significado e importância social que o evento possui.
Uma é dona-de-casa insatisfeita, vive um casamento frio e carrega o peso de cuidar dos filhos. A outra personagem tem seu trabalho, para o qual foi devota até o momento em que ela descobre que esse não valia sua vida. A peça explora o descontentamento feminino em relação à fala de conteúdo de suas vidas em paralelo às escolhas erradas. ?O espetáculo fala do auto-engano como possibilidade de salvação, da prepotência disfarçada de sinceridade, do despropósito do julgamento, a priori, e da dificuldade que temos em expressar uma verdade íntima e essencial?, justifica Dayres de Conto. O encontro dos europeus com os nativos brasileiros pré-colonização serve como referência histórica para os atores Fernando Kinas, Clovis Inocencio, Fabio Salvatti e Gavin Adams mostrarem uma tese sobre a intolerância do mundo no século XXI. Antes de pisar na platéia, o público deve saber que a peça foi criada para quem deseja refletir sobre o mundo em que vivemos.
O espetáculo foge à produção comum do teatro. Desconceitualizando o sentido de personagem e interpretação, os atores interagem com músicas e imagens (atuais) projetadas num telão. A idéia é que as cenas do passado misturadas com as do presente coloquem em questão a visão européia dos não civilizados. A criação problematiza o mito europeu do ?bom selvagem?, formulado no passado nta a sábado às 21h e domingos às 19h. O bom selvagem fica no Teatro José Maria Santos de 31 de agosto a 17 de setembro. De quinta a sábado às 21h e domingos às 20h.vos brasileiros pré-colonização serve como referência hisnta a sábado às 21h e domingos às 19h. O bom selvagem fica no Teatro José Maria Santos de 31 de agosto a 17 de setembro. De quinta a sábado às 21h e domingos às 20h.