Como nasce um cientista? Isaac no mundo das partículas e Thomas e as mil e uma invenções, musicais infantis em cartaz no Rio, mostram que o desejo obsessivo de desvendar mistérios e de inventar algo que jamais existiu é comum às crianças. Partindo de dois dos maiores nomes da ciência de todos os tempos, o físico inglês Isaac Newton (1643-1727) e o inventor norte-americano Thomas Edison (1847-1931), os espetáculos fazem brotar na plateia mais dúvidas do que respostas.
O que será que vem antes de cada será que vem? Existe alguma coisa menor do que um grãozinho de areia da praia? O garoto Isaac (João Lucas Romero) vive num “mar de querer saber”. O grão vira um personagem dessa história, adaptada do livro homônimo da professora de física e escritora Elika Takimoto por Joana Lebreiro, à frente também da direção.
Faz parte da aventura do menino pelo universo das partículas também o fugidio Bóson de Higgs. Para o adulto que sofreu com as fórmulas de Newton e seus pares na escola pode parecer um tema difícil e até sacal, mas a abordagem instiga pais e filhos – a primeira temporada da peça fez tamanho sucesso que a segunda, no Teatro Ipanema, está sendo viabilizada por uma vaquinha virtual. A lição que Isaac repete: “Quem quer saber não pode ter vergonha de perguntar”.
Toda a narrativa é pontuada pelas intervenções de um power trio subatômico, de estética inspirada no Ziggy Stardust de David Bowie. A direção musical é de Ricco Viana, que criou a a trilha com Joana. “De cara vi a associação entre física e música e a relação com o Ziggy, a ideia mágica de criação do mundo”, conta a diretora. “Eu tinha horror a física. Li o livro da Elika e me encantei. As perguntas das crianças não param. Cientista é quem pensa.”
Como Isaac, Thomas Edison da Silva (Hugo Kerth) foi assim batizado porque seus pais queriam homenagear um cientista. “Sou pequeno mas penso grande”, diz o garoto, em quem mãe, pai, avó e amigas de escola depositam muitas expectativas.
Acossado, ele se desdobra para criar algo inovador e que “deixe as pessoas mais felizes”. Ajudado pelo Edison original, que salta do quadro na parede, acaba por concluir que é um cientista à sua maneira. “Cientista é quem não perde a chama da curiosidade. Desde pequeno Edison era assim”, aponta Vanessa Dantas, autora do texto.
“Certa vez, o laboratório dele pegou foto e todas as pesquisas se perderam”, Vanessa conta. “Ele falou para a equipe: é uma oportunidade de começar de novo e descobrir coisas ainda mais incríveis. A invenção só acontece quando há paixão”.
Thomas sucedeu Isaac no Oi Futuro Flamengo. A direção é de Fabianna de Mello e Souza e a música, de Tim Rescala, veterano de produções infantis de excelência.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.