O prefeito Beto Richa e o presidente da Fundação Cultural de Curitiba, Paulino Viapiana, reabrem hoje, às 20h, o Teatro Paiol, que passou por reforma completa nos últimos quatro meses. A reabertura terá um show de Toquinho, que foi o parceiro de Vinicius de Moraes na inauguração do teatro, em 1971.
?A reforma do Teatro Paiol e de outros espaços culturais da cidade é mais um compromisso de nosso programa de governo, que prevê a preservação de ícones arquitetônicos da história curitibana e a recuperação de espaços culturais deteriorados?, diz o prefeito Beto Richa. ?Já foram reformados o Teatro do Piá, Cine Luz, Pedreira Paulo Leminski, Solar do Barão, Casa da Memória e Memorial de Curitiba. Agora, o Paiol, este grande símbolo da cidade, reabre suas portas e reafirma sua importância no cenário cultural curitibano.?
Em uma época que o país vivia sob ditadura militar, foi criado em Curitiba este espaço cultural em que intelectuais e artistas poderiam discutir questões do cenário musical ao político. O espaço foi batizado por Vinicius de Moraes de Teatro Paiol e homenageado pelo mesmo com a música ?Paiol de pólvora?, numa parceria com Toquinho. Neste ano, além de se comemorar o centenário do prédio, finalizado em 1906, é celebrado o aniversário de 35 anos do primeiro show do teatro, que teve, além de Vinicius e Toquinho, participação de Maria Medalha e do Trio Mocotó. O Paiol era um antigo depósito de pólvora que foi transformado em teatro num projeto do arquiteto Abrão Assad.
Para a reabertura do espaço, a Fundação Cultural pensou em homenagear os músicos que o inauguraram e tornaram o Paiol símbolo da cultura nacional. ?Decidimos trazer alguém que faça lembrar esse tempo e a participação de Vinicius nessa história. Para isso, ninguém melhor que o grande Toquinho?, diz o presidente da Fundação Cultural, Paulino Viapiana.
A vinda de Toquinho, que fará um show reservado para convidados, foi possível graças a uma parceria entre a Fundação Cultural e a Fundação Pró-Renal. A reabertura do teatro tem também o patrocínio da Synteko Produtos Químicos.
Nos anos 70 e 80, o Teatro Paiol também foi cenário da série ?Parcerias Impossíveis? na qual grandes nomes da música popular brasileira se apresentavam em parcerias inusitadas como Ângela Rorô com Roberto de Regina ou Carlinhos Lyra e a Camerata Antiqua de Curitiba. O teatro também foi o local de destaque da geração Leminski que mostrou a arte e a poesia no espaço.
A comemoração não pára neste evento de reabertura. Para o público geral, a programação especial do Paiol começa nos dias 10 e 11 de março, com shows da cantora Joyce. Com o intuito de mesclar shows de artistas de renome nacional com músicos locais, já estão agendadas também apresentações de Leny Andrade, Cida Moreira e José Luiz Mazziotti, Virginia Rodrigues e Grafite em um show homenageando Lápis.
Também já estão programadas algumas séries musicais como ?Violão Brasileiro?, que tem entre as apresentações nomes como Guinga, Mario Silva e Lydio Roberto; uma série musical baseada na vida de Noel Rosa, e o Terça Brasileira no Paiol. O Festival de Teatro de Curitiba, em março, também terá como casa de espetáculos o Teatro Paiol.
O Paiol estava fechado para recuperação desde outubro do ano passado. Toda a infra-estrutura do teatro foi reformada, com obras no telhado, piso, reforma no forro, revestimento e isolamento térmico e acústico. O teatro ganhou um novo palco e as poltronas foram substituídas. Tanto os banheiros como os camarins foram reformados e a parte elétrica foi refeita. A reforma teve um custo total de R$ 297.957,24. O paisagismo da Praça Guido Viaro, onde se localiza o Paiol, também foi refeito pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
Durante a reforma, as fotos que compõem uma exposição permanente no hall do teatro ganharam nova programação visual. Por meio dessas imagens é possível conhecer parte da história do teatro.
As obras no Paiol fazem parte de um plano de reformas dos espaços culturais da cidade, que estão recebendo investimentos que totalizam R$ 8.872.701,30. São reformas nas estruturas de espaços culturais e históricos, além de consertos internos e recolocação de objetos e substituição de materiais obsoletos ou danificados. Além de recursos próprios, a Fundação Cultural conta com recursos da Prefeitura Municipal, do Governo do Paraná (FDU) e do Ministério da Cultura para a execução das obras.
A atual gestão da Fundação Cultural fez no ano passado um levantamento detalhado de todos os problemas em sua estrutura física, que tem 101 espaços culturais em 44 prédios. Foram constatados problemas em todos os espaços.
Já foram feitas reformas no Teatro do Piá, no Cine Luz, na Pedreira Paulo Leminski, no Solar do Barão, na Casa da Memória e no Memorial de Curitiba. Estão em reforma o Centro de Criatividade do Parque São Lourenço, o Teatro Novelas Curitibanas e a Ópera de Arame.
Está em fase final a restauração da Capela do antigo Colégio Santa Maria, executada pela Secretaria Municipal de Obras. Já estão definidos projetos para recuperação de outros espaços, como o Centro Cultural do Portão, com a reabertura do Cine Guarani, fechado desde 1998. Também foram garantidos junto ao governo federal recursos para restauração do Solar dos Guimarães, no Largo da Ordem.