Uma parcela considerável do talento interno bruto dos musicais brasileiros, capitaneada por Miguel Falabella, estará presente às 11 horas desta segunda-feira em um evento na sede da Fiesp/Sesi, na avenida Paulista, onde tradicionalmente se reúnem os responsáveis por boa parte do produto interno bruto do Brasil. A coincidência não é aleatória – artistas e empresariado (representado pelo presidente das entidades, Paulo Skaf) vão anunciar, para imprensa e fãs do teatro musical, três projetos que deverão mudar o rumo do gênero no País.
O primeiro, e mais imediato, será a montagem de A Madrinha Embriagada, versão do musical The Drowsy Chaperone, que Falabella adaptou e vai dirigir, com estreia no dia 14 de agosto, no Teatro do Sesi; no mesmo mês, começarão as Oficinas de Vivência, programa de extensão educacional em que monitores vão utilizar as técnicas do teatro musical em uma nova forma de capacitação dos alunos das mais de cem escolas mantidas pelo Sesi na capital e no interior de São Paulo; e, finalmente, em 2014, terá início o primeiro curso de formação de atores do teatro musical, iniciativa inédita no País, que pretende, em três anos, formar intérpretes hábeis em cada uma das exigências desse tipo de espetáculo, ou seja, cantar, dançar e interpretar.
“Percebemos que o teatro musical pode ser um importante complemento psicomotor na formação dos estudantes”, explica Skaf, que acompanha de perto todos os projetos. A iniciativa começou há um ano, quando um grupo de artistas ofereceu à Fiesp/Sesi um projeto educacional. A ideia não apenas vingou como também cresceu – formou-se uma equipe que passou a atuar nas três frentes que resultariam nos investimentos a serem oficialmente anunciados hoje. “Fizemos uma pesquisa no mercado brasileiro, buscando as necessidades e as principais deficiências”, comenta Cleto Baccic, ator e produtor, com participação nas montagens de Cats e Mamma Mia!, e agora um dos principais condutores do projeto.
Para formatar o curso de formação de atores e as oficinas de vivência, percebeu-se a necessidade de se conhecer experiências no exterior. Assim, foram feitas visitas técnicas aos principais centros do mundo, como na Flórida, Nova York, Pittsburgh e Boston, todos nos EUA, e também em Londres, na Inglaterra. “Passamos entre dois e três dias em cada lugar, descobrindo diferentes técnicas de formação, que vão desde a especificação do aluno para papéis principais e secundários até o aprimoramento das qualidades técnicas, seja para cantar, dançar ou interpretar”, comenta Baccic.
A equipe, assim, cresceu e hoje é formada, além de Baccic, por atores consagrados no musical como Saulo Vasconcelos (O Fantasma da Ópera, A Bela e a Fera) e Sara Sarres (Les Misérables, West Side Story), Floriano Nogueira, que também já atuou (Sweet Charity) e hoje trabalha na produção de diversos espetáculos, o diretor musical Carlos Bauzys, a atriz Stella Miranda (que viveu Carmen Miranda em South American Way), a preparadora corporal e também atriz (Aladdin) Vivian Albuquerque, e a diretora e educadora Christina Trevisan.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.