O Teatro Municipal de São Paulo será reaberto amanhã após três anos de reformas, poucos meses antes de completar 100 anos, em setembro. Serão ao todo três concertos para marcar a volta à ativa de um dos principais palcos do País. Amanhã e sábado, para convidados, e domingo, para o público, os músicos serão comandados pelo maestro Abel Rocha, novo diretor artístico da casa. Em jogo, o início de uma nova etapa na história do teatro, que, recém transformado em uma fundação, busca reocupar seu espaço na vida musical brasileira.

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A reforma do Municipal seguiu um cronograma acidentado. Desde o início do ano passado, quando se imaginava que o teatro seria reaberto, atrasos e indefinições em licitações levaram a sucessivos adiamentos e a reinauguração amanhã só foi confirmada pela Prefeitura há duas semanas, quando anunciou a programação da temporada do centenário.

O período de reformas esteve marcado também por indefinições artísticas. Após a saída do maestro Jamil Maluf do cargo de diretor artístico, em novembro de 2009, o posto ficou vago até outubro passado, quando foi nomeado o maestro Alex Klein. No entanto, alegando diferenças com a Secretaria Municipal de Cultura, ele deixaria o teatro em fevereiro; semanas depois, seria nomeado o maestro Abel Rocha.

Ao longo desse período, com a temporada esvaziada por conta do fechamento do teatro, da ausência de um bom palco alternativo e da falta de direção artística, o Municipal virou notícia por conta do desentendimento dos músicos com maestros e antigos problemas, como atrasos nos salários dos artistas. O saldo: com exceção de apresentações em concerto da Orquestra Experimental de Repertório, um dos principais palcos líricos da América Latina acabou ficando três anos sem produzir um só título.

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Por tudo isso, a reabertura do teatro é esperada com ansiedade – e a expectativa de um novo capítulo na vida dos corpos estáveis. Significativo, nesse sentido, é o programa do concerto de reabertura, que mobiliza um grande efetivo, tentando afastar o fantasma do sucateamento artístico. Serão interpretados o “Concerto para Quarteto de Cordas e Orquestra”, de Radamés Gnatalli; a “Suíte Festiva”, de Ronaldo Miranda; “Serenade to Music”, de Ralph Vaughan-Williams; e o “Te Deum”, de Bruckner. “As duas partes do programa espelham os diversos talentos musicais do teatro. A primeira parte, com a Sinfônica Municipal e o Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo. E, na segunda, a confirmação da vocação da casa à música vocal, lírica e coral-sinfônica”, explica o maestro Abel Rocha. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.