Teatro de Comédia do Paraná apresenta Memória

Até 24 de setembro o palco do Guairinha transforma-se no espaço mágico onde a palavra impera soberana. Em cena estará a peça Memória, produzida pelo Teatro de Comédia do Paraná, companhia oficial mantida pelo Centro Cultural Teatro Guaíra. A direção é de Moacir Chaves, ator e diretor carioca, cenografia de Fernando Melo, figurinos de Fernando Marés, iluminação de Aurélio de Simoni, sonoplastia de Luiz A. Ferreira e  Rodrigo Barros Homem Del Rey. No elenco estão Carlos Vilas-Boas, Kassandra Speltri, Katiuscia Canoro, Leandro Daniel, Patrícia Kamis, Renata Hardy, Rodrigo Ferrarini, Sidy Correa, Simone Magalhães.

Até chegar à cena os atores fizeram uma trajetória que iniciou em junho com a oferta de uma oficina teatral promovida pelo CCTG. As vagas eram limitadas. De 120 candidatos foram selecionados 22. Após a realização da oficina chegou-se aos nove que participam do espetáculo. A peça usa elementos da obra-prima do escritor fluminense Machado de Assis,  Memórias Póstumas de Brás Cubas, sem contudo ser uma reprodução do livro. O diretor optou por uma encenação que busca outras formas de linguagem, distante da adaptação do romance. Moacir Chaves observa que ?não há espaço para nenhuma dramaticidade do feitio, do caráter a que estamos acostumados?. 

?A gente percorre o terreno do texto do Machado de Assis. Todo o material com o qual trabalhamos está ali?, continua o diretor. A questão é a abordagem da memória, das pistas sugeridas pelo romance sobre as leis que regem a sociedade em diferentes épocas. Memória tem como fio condutor a memória, elemento que se transmuta através dos tempos mas mantém a essência das inclusões e exclusões, explorações, interesses, mesquinharias. Um aspecto profundamente enraizado na sociedade brasileira.

Os cenários e os costumes do século XIX diferem muito dos dias atuais, mas a essência é a mesma. A proposta teatral é colocar luzes sobre essa realidade, utilizando as palavras contidas no livro Memórias Póstumas de Brás Cubas. O texto, porém, soa distinto: ?São só palavras do Machado, mas é o nosso texto?, detalha Chaves. ?A obra está muito ali e acho que está em sua essência. É um trabalho fidelíssimo ao Machado, creio eu. Tenho a pretensão de dizer isso?. Perenidade e atualidade estão entremeadas. Afirma o diretor que o espetáculo não está trazendo nada ?de outro lugar nem de outro tempo. Isso que nós trazemos não é do século XIX, é do nosso tempo, do nosso século. Somos nós mesmos, pensando sobre as nossas vidas?.

As apresentações estão acontendo de quinta-feira a sábado às 21h e domingo às 19h. Ingressos: R$ 10,00 e R$ 5,00 (classe artística, estudantes e maiores de 60 anos)

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