Importante o suficiente para sustentar a anedota de que suas iniciais eram, na verdade, as de Antunes Filho. Era esta a piada que rolava entre a turma das artes cênicas após três grandes sucessos do diretor no Teatro Aliança Francesa: A Megera Domada (1965), Black Out (1967) e A Cozinha (1968). “Marcou época. E, para mim, muito mais”, diz o diretor. “De certa maneira, foi lá que eu me ergui.” Eram os primeiros anos de vida de um palco que teria peso na história recente do teatro brasileiro.

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O local considera como sua inauguração a estreia de O Ovo, texto de Felician Marceau com direção de Jean-Lucien Descaves, em março de 1964 – mês em que definiu sua programação inicial. A reportagem, no entanto, publicou uma reportagem, no dia 20 de novembro de 1963, em que narrava a noite de abertura do teatro, que ocorrera dois dias antes da publicação. Na ocasião, o grupo franco-brasileiro Le Strapontin foi o primeiro a subir no palco com A Lição, de Ionesco.

Entre outras atrações, Nathalia Timberg mostrou seu domínio de francês ao interpretar o monólogo Le Fantôme de Marseille, de Jean Cocteau. Sérgio Cardoso, que teria um teatro com seu nome na década seguinte, apresentou Romeu e Julieta, também em monólogo. No entanto, o mais aplaudido da noite foi Jô Soares, com sua sátira de A Menina e o Monstro.

Estes nomes talvez fossem um prenúncio das peças que o Aliança Francesa receberia desde a época em que a Rua General Jardim era parte do então efervescente centro paulistano, até os tempos mais recentes. Por lá passaram nomes como Eva Wilma, Stênio Garcia, Cleide Yáconis, Aracy Balabanian, Lilian Lemmertz – e espetáculos marcantes, como Um Grito Parado no Ar, texto de Gianfrancesco Guarnieri interpretado por Othon Bastos que, em 1973, driblou a ditadura para expressar a revolta contra o momento político do País.

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No dia 27, a Aliança Francesa dá início à comemoração com a pré-estreia do espetáculo Não se Brinca com o Amor, texto de Alfred de Musset com direção de Anne Kessler, integrante da tricentenária companhia teatral Comédie-Française. O público pode acompanhar a programação de aniversário a partir do dia 29, com a estreia de Contos Sobre Mim, com a companhia paulistana Teatro da Travessia. As atrações seguem até março do ano que vem, culminando com duas peças do grupo Tapa – que ocupou o local por 15 anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.