Tchaikovsky e Lacerda encerram fase da Oficina

O concerto de encerramento da fase erudita da 23.ª Oficina de Música de Curitiba, com a orquestra sinfônica formada por quase 80 instrumentistas, promete ser um evento memorável na história do festival. O concerto, que acontece amanhã, às 21h, no Canal da Música, contará com a presença do compositor paulista Osvaldo Lacerda, que junto com o público assistirá à primeira audição mundial da sua obra Concerto para oboé e orquestrao, com solo de Alex Klein. A regência será de Osvaldo Ferreira.

Aos 78 anos, consagrado com um dos mais importantes compositores contemporâneos, Lacerda criou a obra especialmente para este concerto, atendendo a uma solicitação do próprio Alex Klein, também diretor artístico da Oficina. "Ele já fez muitas obras para oboé, piano e pequenas orquestras, mas para uma sinfônica é a primeira. Pedi a ele que compusesse uma peça para ser tocada em concertos internacionais, levando para outros países as características bem específicas da nossa música e da nossa cultura", disse Klein.

O estilo nacionalista de Osvaldo Lacerda atende a essa expectativa. O seu trabalho transpõe o folclore brasileiro para o idioma musical com simplicidade. Em uma de suas variações, o Concerto para oboé remete a um tema sertanejo. "Eu o admiro muito por isso. Em termos de filosofia musical ele pode ser comparado a Bach, pois assim como o compositor alemão do período barroco, Lacerda manteve, por toda a sua vida, o mesmo estilo, a mesma identidade", descreve Klein, que foi aluno do compositor em aulas de harmonia musical e composição.

Alex, o regente Osvaldo Ferreira e os 80 alunos da Oficina que compõem a orquestra tiveram pouco tempo para ensaiar. A obra foi concluída há poucos dias, mas o próprio Lacerda deve acompanhar os últimos ensaios para orientar o grupo durante a execução. "Reger uma obra em sua primeira audição desperta sempre um sentimento especial. Será uma surpresa para todos nós", adianta o maestro.

Tchaikovsky e Dvoràk

O repertório do concerto de encerramento da Oficina de Música é escolhido minuciosamente. "Procuramos cumprir vários objetivos", explica Osvaldo Ferreira. Um deles é possibilitar aos alunos o desenvolvimento de um repertório não habitual e com certo grau de dificuldade, de modo que possam enfrentar novos desafios. Outra característica desse concerto é a presença de estilos e temáticas contrastantes, para que os alunos percebam as peculiaridades entre os compositores. Finalmente, as obras devem ser do agrado do público, que em geral aprecia os efeitos sonoros volumosos e exuberantes, o que as sinfônicas reproduzem muito bem.

Assim, para este ano, além da composição inédita de Osvaldo Lacerda, foram escolhidas a Abertura Romeu e Julieta, de Piotr Tchaikovsky (1840-1893), e a Nova Sinfonia (Do Novo Mundo), de Antonín Dvorák (1841-1904). A abertura-fantasia do compositor russo está dividida em três temas e cada um representa um personagem do drama.

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