Na teledramaturgia, 2003 foi o ano de Mulheres Apaixonadas, aclamada a “Melhor Novela” na eleição “Melhores & Piores de 2003”, de TV Press. Foram exatos 203 capítulos de uma produção repleta de polêmicas e tramas paralelas – em que vários atores se destacaram. A novela das mil e uma histórias rendeu a Manoel Carlos o prêmio de “Melhor Autor”. Foi mais que merecido.
Outro destaque foi a minissérie A Casa das Sete Mulheres, exibida no início do ano. Talvez por isso mesmo, tenha ficado um pouco esquecida e acabou prejudicada na votação. Só ganhou nas categorias “Melhor Diretor”, para Jayme Monjardim – que já tinha vencido em 2002 com O Clone – e “Atriz Revelação”, para Camila Morgado, intérprete da apaixonada Manuela.
Os seriados continuaram em alta este ano. A Grande Família e Os Normais dividiram a preferência dos eleitores na categoria nacional. Já os piores nesta categoria foram Miguel Falabella e Vera Fischer, que não convenceram como par romântico em Agora É Que São Elas.
Novela
Melhor: Mulheres Apaixonadas
Estreou com a missão de fazer o ibope das 21 h recuperar o fôlego. Mas o autor Manoel Carlos apostou todas as fichas numa novela cheia de tramas paralelas. Com média de 52 pontos de audiência, parece que tudo deu certo em “Mulheres Apaixonadas”.
Pior: Jamais Te Esquecerei
Melhor esquecer
Apesar da insistência do SBT, novelas mexicanas com elenco brasileiro dificilmente emplacam. A novela, produzida pelo SBT em parceria com a Televisa, foi escolhida a pior do ano por 55% dos eleitores. A novela de Caridad Bravo Adams superou de longe a fraca Agora É Que São Elas, que arrebanhou 30% dos votos.
Novela Estrangeira
Melhor: Viva às Crianças
Cópia certeira
A mexicana Viva às Crianças, de Abel Santa Cruz, nada mais foi que um “remake” de Carrossel – novelinha infantil do mesmo autor. Na época, o sucesso de Carrossel chegou a incomodar a Globo, que exibia O Dono do Mundo, de Gilberto Braga. O “remake” não foi tão longe, mas agradou a 52% dos eleitores.
Pior: Pedro, O Escamoso
Escamas demais
A Rede TV! tentou prolongar o sucesso de Betty, A Feia exibindo Pedro, O Escamoso. Mas logo ficou evidente a diferença entre as duas produções colombianas. Ao contrário da tímida Betty, que se apaixonou pelo chefe “bonitão”, o asqueroso Pedro Coral não podia ver um “rabo de saia” pela frente. O humor de Pedro foi mais sarcástico, com pitadas de libidinagem e muito mau gosto.
Atriz Revelação
Camila Morgado
À flor da pele
Camila Morgado foi escolhida pelo diretor Jayme Monjardim para interpretar a apaixonada Manuela, um dos papéis de maior destaque de A Casa das Sete Mulheres. Jayme acertou em cheio. A beleza clássica de Camila, com pele clara e traços finos, caiu como uma luva na bondosa Manuela e rendeu à atriz o título de “Atriz Revelação” de 2003, com nada menos que 64% dos votos. .
Ator Revelação
Dan Stulbach
Homem em fúria
O paulistano Dan Stulbach ganhou, a raquetadas, o título de “Ator Revelação”, com 68% da preferência. Foi merecido. A cada aparição na pele do violento Marcos, Dan não afrontava apenas os nervos da apavorada Raquel, de Helena Ranaldi.
Protagonista Masculino
Melhor: Fábio Assunção
Vilania debutante
Como o ambicioso Renato, de Celebridade, o ator mostra que, apesar dos belos olhos azuis, é capaz de provocar a ira e a repulsa dos telespectadores. Isso, numa novela recheada de escroques da pior espécie. Logo atrás, ficou Marco Nanini, de A Grande Família.
Pior: Miguel Falabella
Canastrice púrpura
Nem pintado de roxo, tal como apareceu em algumas cenas de Agora É Que São Elas, Miguel Falabella convence no papel de galã. Fazendo o tipo romântico, parecia estar com um ovo na boca e sempre à beira de uma risadinha irônica. .
Protagonista Feminina
Melhor: Adriana Esteves
Dança das cadeiras
O papel de Lola, em Kubanacan, estava inicialmente destinado a Letícia Sabatella. A recusa da morena deu a Adriana Esteves a oportunidade de pagar uma velha dívida ao autor Carlos Lombardi. É que ele tinha escrito para ela a personagem Babalú, que acabou sendo sucesso na pele de Letícia Spiller. Adriana está tão bem como a romântica e confusa Lola que destronou até a turbinada Danielle Winits do posto de protagonista.
Pior: Vera Fischer
Loura robótica
Difícil saber quem teve uma atuação mais pífia em Agora É Que São Elas: Vera Fischer ou Miguel Falabella. Na dúvida, os dois foram eleitos piores protagonistas em suas respectivas categorias. Com vestidos floridos de alcinha e andar empinado, ficava difícil acreditar que aquela era uma fazendeira acostumada à vida na roça.
Melhor Ator
Pedro Cardoso
Adorável Cafajeste
Neste terceiro ano de A Grande Família, não teve para mais ninguém. O taxista Agostinho, de Pedro Cardoso, roubou a cena. Com ginga de malandro suburbano e súbitas variações de humor, o personagem monopolizou a maioria dos episódios. E Pedro foi eleito o “Melhor Ator” com a expressiva soma de 75% dos votos.
Melhor Atriz
Giulia Gam
Loucura sã
Se soubesse que loucuras a Heloísa, de Mulheres Apaixonadas, cometeria em nome da obsessão pelo marido, Giulia Gam não teria aceito o papel. Meses antes, a atriz teve de provar a própria sanidade mental para ganhar a guarda do filho – e temia que as pessoas confundissem realidade e ficção. Hoje, porém, ela agradece a oportunidade.
Autor
Melhor: Manoel Carlos
Piloto habilidoso
Foi como pilotar um boeing. Na tripulação, mais de 100 personagens; a bordo, 50 milhões de telespectadores. E não faltaram polêmicas. Da bala perdida às meninas lésbicas, da neta inescrupulosa ao marido espancador. Bastaria um deslize para Manoel enfrentar turbulências. Mas o veterano piloto só fez o boeing subir mais e mais no ibope e “aterrizou” com a média de 52 pontos de audiência.
Pior: Ricardo Linhares e Caridad Bravo Adams/Ecila Pedroso
Jogo dos erros
Houve empate. Ricardo Linhares, com a insólita Agora É Que São Elas, e Caridad Bravo Adams e Ecila Pedroso, com adocicada Jamais Te Esquecere”, alcançaram, igualmente, 41% dos votos.
Diretor
Melhor: Jayme Monjardim
Toque de gênio
A Casa das Sete Mulheres foi uma saga, um épico e também um colírio para os olhos. E o diretor Jayme Monjardim estava por trás de tudo isso. Jayme foi eleito, pelo segundo ano consecutivo, o “Melhor Diretor”.
Pior: Roberto Talma
Sem refinamento
A começar pela escolha de um elenco desigual, e conseguiu piorar o que já era ruim de saída. Para não ter trabalho, por exemplo, usava como locações até as salas e portarias do Projac.
Séries e Seriados Nacionais
Melhor: A Grande Família e Os Normais
Humor familiar
Foi quase impossível escolher apenas um. Sagraram-se, então, dois vencedores: A Grande Família e Os Normais, cada um com 40% dos votos. Tudo em A Grande Família é bom: da equipe de roteiristas, liderada pelo competente Cláudio Paiva, à trupe de atores, com destaque para Marco Nanini e Pedro Cardoso. Nem mesmo a perda de Rogério Cardoso, que interpretava o Seu Flor, comprometeu. Os Normais também não ficou atrás.
Pior: A Turma do Gueto
Erros primários
Quando estreou, tinha a proposta de ser um espaço único. Um produto capitaneado por atores negros. No segundo ano, Netinho saiu, juntamente com boa parte do elenco negro, e o seriado se descaracterizou. A violência ganhou mais destaque. Mesmo assim, a produção da Casablanca, exibida na Record, é a única que resiste fora da Globo.
Enlatados
Melhor: Smallville
Voando alto
Desde a estréia nos Estados Unidos, há dois anos, a abordagem da série da Warner exibida pela SBT, revelou-se ousada: humanizar um dos maiores ícones dos quadrinhos, o Super-Homem. A série retrata a adolescência de Clark Kent, interpretado pelo talentoso Tom Welling, antes de ele entender seus super-poderes e vestir a capa vermelha. Mas os fãs do herói reagiram bem.
Pior: Oz
Atrás das grades
Definitivamente, a violenta série Oz, do SBT, não agradou. É muito sangue cenográfico para pouco neurônio real.
