Viena (AE-AP) – Pelo contrário. Segundo os documentos, o dinheiro recebido pelo compositor o coloca entre os 5% mais ricos da Viena do século 18. Se morreu na pobreza, dizem os especialistas, foi por causa da sua displicência com o que recebeu ao longo da vida.
Este é o ano do 250.º aniversário do compositor, época de trazê-lo de volta ao primeiro plano das investigações musicais. No início do ano, foi a vez de um documentário da TV austríaca mostrar que não há como garantir que o crânio guardado no Mozarteum de Salzburgo seja mesmo do compositor.
Agora, a atenção volta-se à sua vida financeira. Os documentos foram descobertos durante pesquisas feitas no âmbito dos preparativos de uma exposição sobre os últimos anos de Mozart, que será inaugurada na terça-feira no Musikverein de Viena. Para os especialistas, pode oferecer uma nova leitura para a correspondência do compositor.
A descoberta, porém, segundo Otto Biba, diretor dos arquivos vienenses, não invalida documentos anteriores que fazem referência à pobreza do compositor.
?Registros de seu espólio mostram mesmo que, após sua morte, sua viúva não teve dinheiro nem mesmo para enterrá-lo e que ele devia milhares de florins, inclusive para o alfaiate e um farmacêutico??, diz.
O que muda, então, com os documentos descobertos? Biba diz que não se pode mais dizer que Mozart tenha sido injustiçado ou pouco valorizado em vida.
?Mozart era muito indisciplinado e o dinheiro saía de sua mão como água?, diz Allen Krantz, um de seus biógrafos, que citou ainda uma carta da mãe do compositor: ?Quando Wolfgang faz uma nova amizade, imediatamente quer dar à pessoa sua vida e suas propriedades??.