Sandro concebeu o disco praticamente sozinho: canta, toca todas as cordas (violões, guitarra e baixo), assina nove das dez canções, todos os arranjos e ainda toda a parte burocrática – administração do estúdio, pagamento dos músicos, contatos e captação de recursos junto ao patrocinador.
Musicalmente, Nosso Rumo reúne swing, pop-rock, baladas acústicas, blues e até respingos de música nordestina. O disco começa com um funk – Nosso Rumo – a batida vibrante contrastando com a letra depressiva, desabafo do cara que acaba de levar um fora da namorada; passeia pelo rock (Difícil de decifrar), baladas singelas (Se pudéssemos ser simples), blues (S.R.V e Blues Efêmero), baião (Mundo Mesquinho) e traz até um anacrônico rock-panfletário (Politicanagem). O trabalho também resvala nos anos 80, com violões e tecladinhos a la Lulu Santos da época de Tempos Modernos. Diante de tantas “ressurreições” oitentistas, talvez Sandro Amaral esteja no rumo certo.
