“Os dois vivem em um campo de refugiados e não são as únicas crianças por lá. É um lugar difícil para as crianças ficarem e também para os adultos, mas ninguém ali teve escolha. Emanuel olha para o céu em direção às nuvens (não ao sol, mas às nuvens) e pensa que ninguém nunca tem escolha. Que as pessoas são iguais àquelas nuvenzinhas no céu, empurradas pelo vento sabe-se lá para aonde ou até quando.”

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Este é um trecho de O Cometa é um Sol Que Não deu Certo, livro infantojuvenil de Tadeu Sarmento que acaba de vencer o 13.ª Prêmio Barco a Vapor de Literatura Infantil e Juvenil. O escritor pernambucano de 40 anos é autor, também, de Associação Robert Walser Para Sósias Anônimos, vencedor do Prêmio Pernambuco em 2014.

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O livro de Sarmento concorreu com outros 1.300 originais e desbancou veteranos premiados, como a mineira Angela Lago, autora de uma vasta obra infantojuvenil. Foram finalistas, ainda, Yuri Pires Rodrigues, Clarisse Goldberg, Glaucia Costa Lewicki, Gabriel Amaral, Ismael Caneppele, Guilherme Semionato Silva Alves, Clovis Levi Silva e Simone Ribinski da Costa Mattos.

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A premiação é realizada desde 2005 pela Fundação SM e pelas Edições SM – que editará o livro de Sarmento dentro da coleção Barco a Vapor.

A cerimônia de entrega será em outubro, quando a obra que conta a história de refugiados sírios será lançada. A premiação prevê, ainda, o pagamento de R$ 40 mil de adiantamento de direitos autorais.

Em 2016, o melhor livro foi Deslumbres e Assombros de Uma Jornada Fabulosa, do estudante de Letras Lucas Carvalho, que resgata as histórias de aventura e que mostra um narrador em constante discussão sobre os caminhos da própria história. No ano anterior, o escolhido foi O Vento de Oalab, obra de João Luiz Guimarães em que um balão de HQ reflete sobre a liberdade. Antes, A Conta-gotas, de Ana Carolina Carvalho. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.