SWU fecha temporada de megafestivais no Brasil

Ufa! Chegou ao fim a temporada de megafestivais de música no Brasil. Depois do gigantesco Rock in Rio e do concorrido Planeta Terra, o caçula SWU acabou na madrugada de ontem, abrindo uma concorrência direta com os outros eventos já consolidados no cenário nacional. Audacioso, o ecofestival reforçou seu conceito, uniu música e debate sobre meio ambiente e sustentabilidade, reuniu shows e fóruns de discussão, tudo em um ambiente aberto – o Parque Brasil 500, em Paulínia (SP) – e espaçoso – em 1,7 milhão de metros quadrados. Foram três dias de evento, que atraiu um total de 179 mil pessoas.

O publicitário Eduardo Fischer, criador do festival, e sua equipe arriscaram ao contar com o favorecimento da natureza tanto defendida por eles. A grama, a terra batida, os cascalhos, tudo ruiria com algumas horinhas de chuva. Pois a água veio e transformou o espaço num grande lamaçal. Durante a coletiva de imprensa no fim do festival, Fischer disse que empresários gringos compararam o SWU com o Coachella, na Califórnia. Na realidade, as semelhanças são maiores com o histórico Woodstock. Principalmente, em dois aspectos: a lama e a boa mensagem transmitida.

Na mesma conversa com os jornalistas, o criador do festival ressaltou a falta de lama no festival. “Olhem para o meu tênis. Está limpo e rodei o evento inteiro”, disse o publicitário, enquanto, à sua volta, todos os outros tinham pés cobertos por terra molhada. Fischer confirmou a terceira edição do festival, em 2012, que começa a ser pensada a partir de hoje e ocorrerá em outra época: ou em outubro (como na primeira edição, em Itu, no feriado do dia 12) ou em setembro.

É louvável a intenção de se criar debates em cima de temas tão importantes. A escalação dos palestrantes foi impecável: de gênio da música (Neil Young) a ganhador de Nobel da Paz (Rigoberta Manchú). Mas ainda falta comunicação entre os debates e os shows. Realizados em locais e horários separados, atraíram públicos diferentes, que não trocaram suas experiências. Mantida a excelência do line up dos debates, as duas frentes devem se alinhar naturalmente. A mesma excelência não pode servir para classificar as atrações musicais, de gosto questionável. Mas o caçula tem só dois anos de vida e ainda tem tempo para aprender. As informações são do Jornal da Tarde.

BALANÇO DOS SHOWS

KANYE WEST (dia 12, palco Consciência)

Nem mesmo toda a gigantesca marra do rapper americano foi capaz de estragar um show estonteante, com entrega do músico e da plateia.

SONIC YOUTH (dia 14, palco Consciência)

Sempre fenomenal, o quinteto de Nova York acrescentou psicodelia e virtuosismo ao SWU, algo que faltou no festival. Uma aula de como fazer sua guitarra gritar.

FAITH NO MORE (dia 14, palco Energia)

O visual ‘pai de santo’ de Mike Patton corroborou com o clima surreal da apresentação, também experimental. E seus palavrões em português foram memoráveis.

SIMPLE PLAN (dia 14, palco New Stage)

Com truques manjados para conquistar adolescentes, a banda fez show pasteurizado. Nem as dancinhas à la É o Tchan deram jeito.

MICHAEL FRANTI (dia 12, palco Energia)

Com seu pezão descalço, andando para todos os lados, Michael Franti fez um show esquisito, de reggae, hip hop, pop, rock. Ninguém entendeu.

BLACK EYED PEAS (dia 14, palco Energia)

A banda fez o mesmo show de 2010 e não percebeu o cansaço do público, esticando demais a apresentação já arrastada.

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