Três grupos de dança da periferia do Recife ensaiam para apresentações. O Extremo, embalado pelo ritmo da swingueira; o La Mafia, que aposta no brega funk, e o Passinho do Maloka, movimento popular no Instagram. É esse o cenário que Swinguerra, instalação visual dirigida pelo duo Bárbara Wagner & Benjamin de Burca (Rise) retrata. Fruto de quatro anos de pesquisa, o filme aborda a força que ritmos populares exercem sobre uma juventude também em movimento.

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“O que nós queríamos entender era por que tantos jovens se encontravam em escolas públicas, três vezes por semana, para se dedicar a uma dança que não faz parte da indústria, que não é rentável”, conta a diretora Bárbara Wagner. “E o que vimos é que entre cruzamentos de ritmos e tradições, esses dançarinos estão desenvolvendo uma forma artística muito sofisticada”, afirma.

Ela conta que a swingueira é composta por uma peça musical, com duração de 15 minutos, e coreografada a partir de temas. “É um formato muito interessante para o cinema”, diz.

Comissionada pela Fundação Bienal de São Paulo, a obra foi selecionada para representar o Brasil na 58.ª Bienal de Veneza e no tradicional Festival de Locarno, na Suíça. Agora, ganha exibições em São Paulo, como parte das programações do 30.º Festival de Curtas e da comemoração do aniversário de 65 anos do Parque do Ibirapuera.

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A dançarina Clara Santos, que faz parte do filme, afirma que a instalação registra a realidade dos grupos. “São nossos ensaios, tudo aquilo é de verdade”, conta. “O filme mostra a realidade da periferia.”

Para a dançarina Eduarda Lemos, Swinguerra ajuda a destacar as danças populares do Recife. “A nossa arte, que não é valorizada, começa a ser em um filme como esse”, acrescenta.

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SWINGUERRA
Pavilhão da Bienal. Parque do Ibirapuera. Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº. Sáb. (24/8), 9h/19h.
Entrada gratuita
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.