Tereza diz que manter o bom humor e a auto-estima é fundamental. |
As maneiras de manter sempre o bom humor e a auto-estima elevada em um período crítico são relatadas no livro Sentir para ajudar a curar – Uma experiência apreciativa, escrito por Tereza Hatue de Rezende. A publicação traz um relato dos momentos vividos por ela e pela filha Beatriz, que passou por três intervenções cirúrgicas muito sérias, nos Estados Unidos, para corrigir uma má-formação congênita. Tereza conta como é importante adotar certos procedimentos que ajudam na recuperação do paciente. E o que é melhor: não custam nada e ainda podem ser aplicados em qualquer situação.
Bia, como é carinhosamente chamada a filha de Tereza, nasceu com uma má-formação chamada tumor de vampiro, caracterizado por um conjunto de veias que acabam ?roubando? o sangue e deixam a pessoa debilitada. O tumor de Bia era localizado no rosto. Depois de anos de tratamento e de procura por uma intervenção que resolvesse o problema, Bia conseguiu ir para os Estados Unidos, onde passou por três cirurgias. ?Foi uma questão muito delicada. 80% da língua dela foi retirada. Se tirasse demais, ela não falaria mais. Se tirasse menos, o tumor poderia voltar. Tive que assinar muitos termos de responsabilidade, sobre o que seria feito em caso de morte, e aquilo foi muito forte?, conta Tereza.
A chance de ir para os Estados Unidos surgiu por meio de uma outra paciente que também passava pelo mesmo tratamento. As duas famílias acabaram perdendo o contato. Mas, há um ano, houve um reencontro. Esta paciente, de São Luiz (Maranhão), havia passado por um tratamento nos Estados Unidos e procurava por Bia, para indicar ?o caminho das pedras? para ela. ?Considero isto um milagre. E foi por uma rede de solidariedade, ou de sensibilidade, como eu chamo no livro. A gente vive em função de uma rede e ela é muito importante?, explica Tereza.
Bia e Tereza ficaram 60 dias nos Estados Unidos. Bia passou por intervenções e recuperações delicadas, além de ter ficado 45 dias sem poder falar ou se alimentar. Neste período, Tereza adotou certas posturas que ajudaram a manter a auto-estima dela e da própria filha. ?São coisas simples, como, em vez de perguntar como foi seu dia, perguntar ?Qual foi o melhor momento do seu dia??. Isto obriga você a pensar em coisas positivas. E isto não precisa ser aplicado somente no hospital. É para ser aplicado no dia-a-dia?, ensina Tereza.
O livro já está traduzido para o inglês e o espanhol. A intenção é lançá-lo nos Estados Unidos e na América Latina no ano que vem. O livro está à venda na Associação dos Amigos do Hospital de Clínicas, em Curitiba.