Super-Homem, Batman & Cia. mudam de casa. Outra vez

d81.jpgNão está fácil a vida de super-herói. A partir de janeiro de 2007, toda a tropa da DC Comics, tendo à frente Superman, Batman, Mulher-Maravilha, Arqueiro Verde, Capitão Marvel, Lanterna Verde, Canário Negro, Aquaman, Liga da Justiça, etc., estarão atendendo à distinta freguesia em outro endereço. Deixarão a Panini Brasil, passando para a Pixel Media – uma editora recém-criada, fruto da parceria entre a Ediouro e a Futuro Comunicações.

A Pixel ganhou a concorrência pelos títulos da DC, suplantando a Panini, que publicava a produção do selo desde novembro de 2002. Pesou em favor da nova editora o fato de que a produtora americana pretende estabelecer uma real disputa com a sua mais destacada concorrente, a Marvel Comics, em todo o mundo.

Falta de concorrência

No Brasil, essa concorrência, em verdade, nunca ocorreu. Ou durou muito pouco. Tanto os personagens da DC quanto os da Marvel foram lançados aqui pela saudosa Ebal, de Adolfo Aizen, que os manteve sediados, por longo tempo, na Rua Gen. Almério de Moura, em São Cristovão, no Rio. Dali fizeram a alegria de gerações de leitores, através de tiragens jamais alcançadas. Em 1979, os super-heróis da Marvel começaram a ser transferidos para a Abril, em São Paulo, que os monopolizou em definitivo, juntamente com os poderosos da DC, a partir de 1984.

Quando a Panini, que detém os direitos de publicação dos heróis Marvel em todo o mundo, estabeleceu-se no Brasil, arrebatou-os da Abril, que ainda conservou o domínio sobre os personagens do selo DC. Mas a queda de vendagem fez com que a Abril os entregasse também à Panini. O único período em que houve efetiva disputa entre Superman e Homem-Aranha, Batman e Hulk, Liga dos Heróis e Os Vingadores, foi de 1979 a 1984, quando a Marvel dividia-se entre a RGE (hoje, Globo) e a Abril, enquanto a DC permanecia, em franca decadência, na Ebal.

Leitores preocupados

Embora também os leitores não sejam mais aqueles – isto é, a gurizada esteja preferindo mais a TV, o computador e os games aos pobres gibis -, os remanescentes têm demonstrado certa preocupação com a mudança. É indiscutível o belo trabalho desenvolvido atualmente da Panini, graças a uma bem sucedida parceria com a Mythos Editora, de Hélcio de Carvalho e Dorival Vitor Lopes, enquanto a novata Pixel é ainda uma incógnita. É certo que a Ediouro já tem alguma experiência no setor, com a publicação de Star War e Acqualud, mas estará em condições de dar continuidade ao serviço da Panini, com igual qualidade gráfica e editorial?

Isso só o tempo dirá. Mas já está tirando o sono dos ainda loucos por gibis.

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